Tradução do livro My Son Marshall My Son Eminem. 25º Capítulo


Capitulo 25

Marshall deu entrevista a Vanity Fair, uma das revistas mais respeitadas do mundo. Ele expressou lamentar a sua fama dizendo: “Eu voltaria atrás na época que consegui viver confortavelmente. Onde eu apenas fazia música e as pessoas apreciavam, e seria capaz de entrar em um shopping ou uma loja”.

“Quando você tem fama e fortuna, e você faz algo da sua vida e se torta bem sucedido... um novo pacote de problemas que você nunca experimentou surge também. As vezes eu luto com os demônios da minha cabeça que me fazem dizer: ‘Eu não vou ser trancado em uma jaula, eu vou entrar naquele lugar e não vou assinar nenhum autografo’.”

Chegaram a dizer que Sigmund Freud, pai da psicologia, teria trabalho em analisar meu filho. É verdade. Marshall é uma massa de contradição – ele é tímido, tem medo de palco, e ainda assim ele viaja em turnês com algumas das pessoas mais respeitadas pelo mundo. Eu acredito que ele estaria mais feliz se escrevesse e produzisse as músicas longe dos holofotes. As vezes eu desejo que não tivéssemos mudado para Michigam em 1987, quando ele começou a se envolver com o rap. Se tivéssemos ficado em Missouri talvez ele trabalharia em uma fazenda ou uma fábrica. Eu não sei se isso o deixaria feliz mas sei que pelo menos não seriamos estranhos.

Alguns terapeutas entraram em contato comigo para dar seu parecer sobre o comportamento do meu filho. Um me ligou da Inglaterra de disse que frequentemente algumas celebridades alegam ter sofrido na infância para ajuda-los na carreira. Eles inventam uma nova pessoa. O álcool e as drogas ajudam a colorir a história e depois de um tempo eles realmente passam a acreditar que aquelas coisas eram verdades.

Acredito que é como O. J. Simpson, que verdadeiramente acreditava que ele não tinha matado sua mulher Nicole, ou John Mark Karr, que confessou ter matado a modelo mirim JonBenét Ramsey enquanto as provas de DNA e as outras evidencias coletadas diziam o contrário. Alguns psicólogos forenses dizem que se essas pessoas passarem pelo detector de mentiras eles seriam aprovados no teste. Simpson acreditava que ele era inocente; Karr acreditava que ele era culpado. Eu não sou a única parente de celebridade que tem a historia reescrita. Um querido amigo meu, que é pai de uma celebridade passou pelos mesmos problemas quando seu filho ficou famoso. Assim como eu, ele mal conseguia falar com o filho no telefone. Ele tanta o contado, mas a equipe do filho o ignora. Ele continua tentando quebrar essa barreira, eu desejo tudo de bom para ele, porque sei como ele se sente.

Em meu coração, sei que Marshall ainda me ama; ele apenas está confuso. Ele diz hoje que mal consegue se lembrar do ano de 1999, o ano em que ele ficou famoso e se casou com Kim pela primeira vez. Ainda assim, olhe para as letras dele: as pessoas que ele é mais próximo – Hailie, Kim, Nathan e eu – são mencionadas constantemente.

Por volta de 2004 parei de ouvir suas músicas e ver seus vídeos. Era muito triste. Mas em outubro eu vi o comercial de um de seus singles “Mosh”. Ele mostrava um George W. Bush lendo um livro de cabeça para baixo para uma classe cheia de crianças. Minha primeira reação foi medo: você não pode fazer piadas com o Presidente. Mas Marshall nunca ligou para isso, tanto que o Serviço Secreto começou a investiga-lo por suas citações anti-Bush no ano anterior. E agora aqui estava o meu filho, brincando abertamente com a figura do Chefe de Inteligência.

Mais tarde, eu me enchi de orgulho quando percebi que Marshall estava usando de sua influencia para chamar os jovens a votar nas eleições de novembro. Eu sempre fui muito ativa na política, meu irmão Todd também. Hoje muitos americanos, especialmente os jovens, não se importam de fazer o cadastro para votar, eu estava maravilhada que Marshall estava convocando seus fãs.  Em Mishigan ele ficou envolvido diretamente nas unidades de votação, mas ainda assim, “Mosh” foi lançada muito tarde para algumas pessoas se registrarem e Bush acabou sendo reeleito. Eu li em 20 milhões de jovens abaixo dos 30 anos, tinham se alistado para a eleição daquele ano – quatro e meio milhões de pessoas a mais que no ano 2000. Gosto de pensar que Marshall ajudou para esse resultado.

Marshall era, sem duvidas, o musico mais polemico de sua geração. Mesmo que antes ele tinha falado mal das mulheres e dos gays ele amadureceu para levar a coisa para a política. No começo ele adorava o confronto, fazia piada de todos desde Spice Girls e Boy Bands aos apresentadores da MTv e o ex-presidente Bill Clinton. Mas ele agora parecia procurar a paz. Seu protegido, 50 Cent - cujo o álbum “Get Rich or Die Tryin’” foi um dos maiores sucessos de 2003 – estava envolvido com várias brigas em Nova York com o rapper Ja Rule e seu grupo Murder Inc.  Marshall foi obrigado a entra na briga já que Ja Rule fez piadas sobre Hailie e Kim, Marshall respondeu, mas antes que as coisas chegassem ao ponto de ser declarada uma nova guerra no rap, meu filho lançou “Like Toy Soldiers” uma faixa que dizia basicamente “vamos parar de fingir que somos gangsters”. Ja Rule concordou com o cessar fogo. Eu estava orgulhosa de meu filho que provou ser um homem melhor ao pedir a reconciliação.

Hoje eu me lembro do horóscopo que foi publicado no jornal de Saint Joseph no dia que Marshall nasceu. 17 de outubro de 1972. A exceção da parte que dizia que ele nunca iria conseguir levar seus talentos artísticos a um nível comercial – obviamente errado – dizia que ele seria um ótimo jurista ou um protetor da paz. Eu ri dessa passagem quando Marshall se tornou famoso porque ele adorava causar problemas. Mas agora, aos 32 anos de idade, ele finalmente cresceu para ser o típico libriano, pesando os argumentos e seguindo da melhor maneira.

Apesar de não ouvir as musicas dele mais de uma vez, ainda compro seus Cds para dar apoio a ele. No inverno de 2004 ele lançou “Encore” outro grande sucesso mundial. Ele também estava trabalhando para lançar o álbum de seu grupo D12. Mas seguiam boatos de que ele iria se aposentar. Marshall sinalizava o fim de Eminem, ele soltou pistas pelo “Encore” e termina com ele na frente da plateia atirando em si mesmo. Eu não consegui olhar para a capa que tinha a imagem dele com uma arma na boca e uma nota suicida.

Certamente ele estava exausto. A ultima coisa que ele queria era sair em turnê novamente. O único momento que ele parecia feliz era quando estava em casa com Hailie e sua sobrinha Alaina. Ali ele adora fazer todas as coisas que um pai faz, brincar de basquete na garagem, ajuda-las a decorar a casa para o natal, páscoa ou Halloween. 

Não tenho duvidas que ele ama Hailie mais que tudo no mundo. Ele é mais rígido com ela do que eu era com ele. Ele também mantém um olho paterno em Nathan. Ele finalmente viu a luz e se livrou da minha meia irmã Betti e seu marido Jack. O que quer que tenha acontecido entre Marshall e eu, eu ainda sou a mãe dele e me preocupo com ele todos os dias. Eu tenho meus amigos, as vezes eles ligam me pedindo para interferir porque estão preocupadas com Marshall.

Me preocupo com a saúde dele. Ele sempre teve a pressão alta, e seus colesterol deve estar nas alturas. Ele diz a seus fãs que Taco Bell é a sua comida favorita. Na realidade ele pede para entrega filé mignon em um restaurante caro quase toda a noite. Tenho medo de pensar nas contas dele. Dizem que Marshall é um multimilionário, mas a industria da musica esta morrendo. Ele pode sofrer com as pessoas baixando suas musicas na internet. Me disseram que “8 Mile” faturou $215 milhões de dólares, e desse dinheiro pouco foi repassado para Marshall. Ele tem alguns contadores ajudando nas finanças. Ele é criativo. Não tem que fazer as contas para chegar no final do mês ou coisa parecida.

No verão de 2005, Marshall estava exausto e os boatos da aposentadoria ficaram mais fortes, e piorou quando Proof disse ao Detroit Free Press: “Eminem definitivamente chegou a um nível onde ele acha que já conquistou tudo que podia conquista no mundo do rap. Ele quer sentar e começar a produzir as coisas”.

Marshall negou ter dito aquilo na MTv, “Quando eu disse que estou dando um tempo, eu estou dando um tempo para ir ao estúdio e produzir para meus outros artistas. Quando eu souber qual será o meu próximo passo, vou dizer a todos o que será”. 

Mas não importa o que Marshall queira fazer, a sua equipe insistia que ele fosse ainda mais fundo. Ele abriu uma rádio onde toda somente musicas de rap. Marshall parecia que tinha energia para gastar, ele sempre foi um perfeccionista, ficava mais do que feliz em trabalhar mais de 18 horas por dia só pra fazer uma coisa da maneira correta. Mas em vez de aproveitar o tempo de volta ele parecia estar trabalhando mais do que nunca havia trabalhado.  Ele sempre teve insônia, mas seus hábitos noturnos estavam ficando estranhos. Ele ia pra cama muito cedo, apagava por algumas horas depois passava o resto da noite escrevendo. Ele nunca tirava férias, viajava só a trabalho e raramente por prazer.  

The Anger Management Tour estava na estrada a três anos. Uma festa d hip-hop que tinha Marshall e outros artistas como 50 Cent, Obir Trice, Lil Jon, Proof, D12, Stat Quo e The Alchemist. Começou no dia 7 de julho em Indianápolis, Indiana, eles iriam cruzar o país fazendo 22 shows, terminando em Detroit dia 12 de agosto. Já haviam 10 shows confirmados na Europa.

Quando saíram de Kansas City o ônibus da turnê bateu. Marshall não estava nesse ônibus, mas outros incluindo The Alchemist, ficaram machucados. Constantemente havia reclamações – todos estavam cansados de viajar. Um tabloide britânico, que sempre buscava brigas com Marshall dizia que ele tinha se transformado em uma diva. Eles divulgaram algumas de suas exigências para o show em Manchester incluindo 3 garrafas de champagne, 2 garrafas de Hennessy, 2 caixas de Heineken 24 baldes de Kentucky Fried Chicken, mais alguns doces e chocolates.

Não parecia lá uma dieta muito saudável, mas não importava.  Dias depois da turnê americana acabar, a turnê na Europa foi cancelada. A gravadora de Marshall divulgou uma nota simplesmente dizendo: “Eminem está sendo tradado por exaustão, agravada por mais outros problemas médicos. Os shows não tem data para serem remarcados”.

Na demorou muito para a mídia descobrir o verdadeiro motivo. Marshall tinha entrado para uma clinica de reabilitação para tratar do abuso de remédios para dormir. De acordo com o Irish Daily Star ele estava viciado em Stilnoct, um remédio super forte que deve ser usado por um curto período.. 

Slane Castle próximo a Dublin era para ter a maior plateia da turnê europeia: mais de 80 mil ingressos foram vendidos em apenas 2 horas. O dono do castelo estava furioso dizendo que Marshall nunca mais seria bem vindo lá. “Eu não acho que os Rolling Stones ou U2 cancelaria uma turnê só porque estavam cansados. Eu não acho que isso é uma explicação”.  

Eu não podia acreditar. Meu filho estava no hospital e um aristocrata estava reclamando que ele teria que devolver o dinheiro dos ingressos. Como sempre, quando se trata do meu filho, a briga parou na justiça. Haviam mais dois outros processos. Um caminhoneiro e sua mulher que alegavam terem sido feridos no acidente com o ônibus de turnê. E havia a minha meia-irmã Beti e seu marido Jack que queriam $350.000 em dinheiro e a posse da casa que Marshall construiu para eles morarem quando eles trabalhavam para ele. Eles alegavam que Marshall estava tentando retira-los da propriedade.

Eu tentei falar com Marshall pelo seu segurança e o pessoal da Shady Records. Mas ninguém me falava nada. Eu tinha quase certeza que ele tinha se internado no Brighton Hospital um dos maiores de Michigan. Mas ninguém lá podia me falar nada sob a desculpa de manter o sigilo medico-paciente. Pelo que sei, ele deu entrada no hospital duas vezes. Uma mulher com quem falei, que foi muito gentil, disse que se ele estivesse lá eu poderia participar da terapia em família, que isso o ajudaria. Infelizmente as mãos dela estavam atadas – então tecnicamente – ele não estava naquele hospital.

Eu descobri que Kim estava de volta a cena. Me preocupava que ela conseguisse enfeitiça-lo de novo. Críticos da musica, incluindo a BBC, CNN, e outras agencias respeitadas começaram a falar sobre o problema de Marshall. Apesar de reconhecerem que ele tinha ganhado 9 Grammys, que era um homem que podia gerar bilhões de dólares a industria da musica e do rap, eles afirmavam que a carreira dele estava acabada.

Ele confundiu a todos quando lançou a coletânea “Curtain Call”.depois de dois dias de venda o álbum chegou ao numero um na parada britânica e permaneceu lá por 5 semanas por todo o natal. O single “When I’m Gone”, mas das poucas faixas inéditas, parecia confirmar a aposentadoria. Na realidade era apenas uma nova canção de amor para Hailie, assim como foi “97 Bonnie and Clyde” e “Mockinbird”,ele deixa claro que Hailie é o centro do universo dele. Começa com Hailie acusando ele de amar a fama e a fortuna mais que a família dele. Quando ela vai embora ele pega uma arma e grita “Morra Shady!” depois ele mata seu alter ego para acordar e perceber que tudo tinha sido um pesadelo.

O álbum vendeu 6 milhões de copias pelo mundo. Nada mal para uma coletânea de alguém que esta tentando dar um tempo. 
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N/T: Faltam 2 capítulos para terminar o livro, como havia dito antes, esses dois capítulos serão feitos em apenas uma atualização no blog. Dessa forma partiremos para outra tradução, e gostaria que vocês escolhessem entre a legenda do seriado "Detroit Rubber" ou a tradução do livro "The Way I Am".

Créditos e Agradecimentos á Eminem Forever

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