Tradução do livro My Son Marshall My Son Eminem. 22º Capítulo


Capítulo 22

Kim Basinger me interpretou em “8Mile”, o filme sobre a vida do Marshall. No filme, a mulher despenteada, bêbada, drogada tenta falar mal dos amigos dele. Sem duvidas um romance entre Marshall e essa colega do set, que é 18 anos mais velha que ele, era bom  para divulgar o filme. Mas quem era totalmente louca por meu filho durante as filmagens era Brittany Murphy.

Ela passava muito tempo na mansão de Marshall. Eu não cheguei a conhecê-la, mas eu via o olhar carinhoso e de adoração que ela dava a ele em show e nas divulgações do filme. Ele estava lisonjeado mas ela não era o tipo dele.

Brittany é pequena, muito menor na vida real do que aparenta na TV. Ela me lembrava Amy, a garota que Marshall estava namorando antes de Kim ficar grávida. Se eu pudesse ter escolhido uma esposa para meu filho seria Amy. Eu adorava ela. Agora Byron Williams, o segurança que traiu a confiança de meu filho escrevendo o livro chamando “Shady Bizzness”, dizia que Marshall preferia as garotas mais novas. Havia fotos no livro dele de Marshall cercado por mulheres. Eu acho que era só parte do show, meu filho apena posando para as câmeras.

Williams também tinhas umas palavras bem duras para falar sobre a ex-mulher de Marshall. Em entrevista ao jornal britânico “Sunday Mirror” ele disse: “Eu vi ela jogar uma lâmpada no Eminem no ônibus de turismo, derrubando ele. Cara, ele tem medo dela. Ela é uma mulher durona e maior que ele. Eu me preocupe que ela mate ele ou que ele mate ela”.

Williams também se preocupava com as drogas que Marshall usava. “Ele era uma farmácia ambulante. Eu me lembro de um dia que ele tomou 14 drogas diferentes. Começou com ecstasy no café da manha, depois álcool, Vicodin, Valium, cogumelos, maconha, Tylenol 3 e várias outras drogas”.

Como mãe, aquilo era uma coisa horrível de se ouvir. A mídia diz que ele chegou a tomar 13 ecstasy por dia e que ele não se lembra de muita coisa do ano de 1999, quando ele ficou famoso. De acordo com eles, as turnês, os hits, e toda a bajulação são apenas borrões na memória dele.

Meus amigos me perguntam constantemente por que eu leio coisas relacionadas ao meu filho. Eles sabem como isso me afeta. Mas eu tenho que superar essas coisas por que as vezes, é a única maneira de eu saber o que esta acontecendo com ele. Williams testemunhou ele chorar de frustração. Ele dizia que a fama, o dinheiro e o casamento o faziam sentir miserável. A única coisa que o fazia sentir feliz érea Hailie. Eu ainda tentava falar com Marshall. Queria que ele soubesse que eu estava aqui por ele. Partia meu coração vê-lo em tanta dor. Mas minhas ligações foram em vão.

Bizarramente, a ex-mulher de Bruce Lesley e a filha dela Sarah – meia irmã de Marshall – entraram em contato comigo. Eles pensavam que eu podia arranjar um encontro. Sarah disse que ela viu o Eminem na MTv e achou que ele era a imagem cuspida de seu irmão, Michael. Ela achou que era coincidência ate ver na Rolling Stone uma imagem minha segurando Marshall quando bebê. Quando ela mostrou ao pai dela, ele aparentemente se lembrou de seu filho esquecido. Ambas, Sarah e Lesley sabiam que ele tinha um filho do primeiro casamento. Eles diziam se lembrar da carta que Bruce mandou voltar sem ao menos abri-la.

Elas eram ótimas pessoas, mas em uma conversa Sarah me perguntou, “Você acha que posso pedir a Marshall um carro?” depois falou que ela estava brincando, que só queria conhecê-lo.
“Oh querida, por favor, não o peça”, eu expliquei que todos queriam um pedaço do meu filho.  Marshall uma vez contou que no final de um show, quando estava no backstage, havia várias crianças segurando certidões de nascimentos alegando que eram que eles parentes por parte pai dele. Ele expulsou todos, não o culpo.

Bruce e eu tivemos uma conversa estranha no telefone. Ele disse que  ele “vagamente” se lembra do nosso casamento. Eu perguntei por que ele dizia mentiras a imprensa: que eu havia desaparecido e que ele não sabia onde estávamos. Ele mudou de assunto. Eu perguntei quantos filhos ele tinha. Eu ouvi dizer que Heather, a garota que ele me traia quando morávamos em Dakota do Norte, teve um filho dele. Havia boatos de mais alguns outros. Pelo que sei, Marshall pode ter 7 a 8 meio-irmãos. Bruce disse que ele tinha 3 ou 4, mas não tinha certeza.

“Você é inacreditável”, eu disse e desliguei o telefone.

Não era só a família que agia estranho perto de Marshall. Ele ligou para o médico uma vez, porque estava com febre alta. O homem chegou lá com o filho, segurando uma câmera fotográfica. Depois de tirar fotos eles saíram. “Merda, ele esqueceu de mim”, disse Marshall, “agora vou ter que ligar de novo para ele vir me tratar”.

DeAngelo Bailey, que brigava  Marshall na Dort Elementary, apareceu do nada. Ele anunciou que estava processando Marshall por um milhão de dólares por invasão de privacidade e calúnia. O aspirante a rapper disse que “Brain Damage” estava prejudicando a sua carreira e fazia dele um alvo de zuação.

Mas ai Kim jogou a bomba atômica. Ela estava grávida. Ela se recusava a dizer o nome do pai. Mas descobrimos que ele era Eric Hartter, um homem que tinha ido para prisão por porte de drogas. Marshall estava furioso pelo bem estar de Hailie. Ele não queria um traficante perto de sua filha e ameaçou a pedir a custódia definitiva.

Quando não estava cuidando de Hailie, Marshall se jogava no trabalho. Ele se fechava no estúdio trabalhando na trilha sonora de “8 Mile”, seu novo álbum solo e produzindo mais alguns. Nathan, que já tinha quase 16 anos, também estava trabalhando em sua carreira. Jimmy Mann,  advogado que me ajudou durante o processo de Fred Gibson e Marshall, se tornou nosso empresário. Jimmy me ajudava a organizar as coisas, havia alguns shows de Tv que queriam que eu aparecesse.

Bruce Goodison, um aclamado documentarista britânico, queria fazer um histórico ao BBC chamado “Eminem’s Mum”. Ele ligava constantemente para Jimmy e Michael até que eu concordei que Nate e eu faríamos o filme. Fiquei feliz em ver que ele tinha colocado o meu irmão Todd nisso também. Ele nos seguia por toda a parte e permitia que nós agíssemos  naturalmente.

Ele foi a Detroit com sua assistente Rosie, e passou meses junto com a gente. Ele brincava comigo porque sempre pegava um cigarro quando as câmeras eram desligadas. Depois Bruce disse, “depois de tudo que ouvi falar sobre você, eu achei que iria conhecer uma besta horrível. Mas você é muito doce e muito centrada”.

Eu ainda estava me recuperando do acidente de carro que tinha sofrido em Novembro, e temia como o meu olho danificado iria aparecer na tela. Nathan mostrou a eles fotos de como fiquei depois do acidente. Os médicos disseram que com os machucados nas minhas costas e cabeça, eu não poderia trabalhar.

O filme fechou com o aniversário de 16 anos de Nathan. Eu aluguei um salão por $1.700 dolares, ordenei muita comida e convidei todos os nossos amigos. Marshall concordou em aparecer – ele não iria perder o aniversário de Nathan por nada.

Meu pai e Geri foram convidados para o aniversário de Nathan. Eu fiquei muito triste, eles estavam mais interessados em tirar fotos com Marshall. Eu sentia que eles nunca o tinham aceitado até que ele ficou famoso, e esqueceram completamente de Nathan, que estava se apresentando no palco. Eu disse ao pessoal da BBC que eles não podiam filmar, isso fez eles ficarem aborrecidos, mas eu não iria sabotar o aniversário de Nathan por nada nesse mundo. A todos os outros convidados pedimos para que não tirassem fotos ou filmassem. Eu não queria chatear o Marshall – era a primeira vez que o veria pessoalmente desde o dia no tribunal, 10 meses atrás.

Marshall me acusou de tentar tirar fotos dele. É claro que eu tinha uma câmera na mão, era o aniversário de Nathan. Mas eu não tinha tirado uma foto de Marshall, exceto as que ele aprovou com meu pai e ele. Ele me xingou e todos ficaram atentos a cena. Eu queria morrer. Eu nunca o machucaria com fotos.
“Eu te falei para parar de tirar fotos!” ele gritou.
“Eu não estou tirando fotos” – eu disse.
“Me dê a porra dessa câmera!”  ele gritou.

Box, segurança de Marshall tentou acalmá-lo. Mas eu acabei chorando, enquanto Marshall saiu. Não era justo. Era o aniversário de Nathan, e ele estava arruinado agora. Eu fui para o banheiro feminino me refazer.

Marshall estava sob muito estresse, mas eu não sabia disso na época.  Acontece que a data do seu novo álbum “The Eminem Show” era sempre refeita na medida que ele iria trabalhando nele, assim como a trilha sonora de “8 Mile”.

O filme teve uma mistura de reações em Detroit e Warren. O pior lado de Detroit, uma cidade fantasma, com prédio abandonados e drogados. Em 1996 a cidade ganhou o titulo de ser uma das cidades com menos atrações para viagem. Não muito mudou depois disso.

Naturalmente, os fãs de Marshall em Michigan, amaram o fato de um filme inteiro ser gravado em Detroit. A produção do filme ajudou na economia local. Algumas pessoas tinham esperança que poderia ajudar a revitalizar a cidade. Outros ficaram com raiva que “8 Mile” não fazia anda para melhorar a imagem da cidade.

Marshall respondeu as criticam em uma entrevista ao “The Face”: É a capital mundial do lixo branco. Eu sou um lixo branco, então qual é? Você não pode falar merda. Eu cresci nisso”.

Ele fez algumas referencias a minha pessoa também. Disse que as mães estariam felizes de ver Kim Basinger as interpretando, e que eu estava reclamando disso. “Qualquer outra pessoa iria levar isso como um elogio. Mas eu não acho que minha mãe é assim”, ele disse a revista Blender.

Ele nunca pediu a minha opinião. Se tivesse pedido, teria falado que estava encantada que Kim estava fazendo o meu papel. Eu acho que ela é uma excelente atriz e muito bonita.  Marshall insistia que o filme é uma ficção. Ele estava interpretando uma personagem imaginário chamado Jimmy Smith. De fato, no final do filme há um anúncio que fala justamente isso. Ainda assim, muitas pessoas presumiram que a história era verdadeira.

Marshall tinha me alertado no final do processo, que eu iria saber o quanto ruim ele pode ser. Ele foi bonzinho com a suas palavras. “Without Me” o primeiro single do “The Eminem Show” foi um corte direto na minha jugular. Ele usou a sua linha “Foda-se Debbie”. Partiu meu coração quando eu ouvi. Ele não mais me chamava de mãe. Eu era Debbie agora.

Lynn Chenry, esposa do vice presidente, Limp Bizkit e Moby também foram atacados. A musica entrou direto na Billboard no segundo lugar. No vídeo clipe tem Marshall fazendo Batman e Robin – do mesmo jeito quando ele era criança que brincava pela casa com uma capa. Tinha Nathan fazendo Marshall mais novo, o próprio Marshall zoando programas como Jerry Springer show. No momento em que a cena mudou para Marshall vestido de Osama Bin Laden, eu não consegui mais ver pelas lágrimas em meus olhos.

“Cleanin’ Out My Closet” pareceu – a principio – Marshall pedindo desculpas para mim. No refrão ele fala que nunca quis me machucar. Depois no segundo verso ele se virou contra seu pai. Até então, tudo bem. Mas Marshall salvou o pior pro final. Ele disse que me via tomar drogas, alegou ser vítima da Síndrome de Munchausen By Proxy, que eu fazia ele acreditar que era doente quando não era. Me humilhou por ter feito o Cd, disse que Nathan iria aperceber que eu era uma impostora, que eu não iria mais fazer parte da vida de Hailie.

Ele terminou dizendo que queria que eu queimasse no inferno, porque quando Ronnie morreu eu disse que preferia ver ele morto no lugar de Ronnie. Agora, de acordo com Marshall, eu estava morta para ele.

No calor do momento – eu tinha acabado de enterrar Ronnie, Kim havia mandado recolher meus móveis – eu disse que preferia que Marshall estivesse morto. Mas eu pedi desculpas imediatamente e mais algumas cem vezes. Eu estava triste, e as palavras apenas saíram da minha boca. Eu achei que Marshall tinha aceitado que não significava nada. Mas aqui estava ele, 10 anos depois, jogando isso de volta em minha cara, falando para o mundo inteiro o que eu tinha feito. 

Fonte e Créditos á Eminem Forever

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