Tradução do livro My Son Marshall, My Son Eminem 4º Capitulo
Leia abaixo o 4º capitulo do livro
Capitulo 4
Marshall tinha 2 meses de idade quando Bruce sugeriu que mudássemos para sua cidade natal Williston, em Dakota do Nort. Ele estava cansado da minha família e eu concordei. Minha mãe interferia em tudo. Ela tinha dado a luz ao seu sexto filho, Ronnie, uns meses antes e Marshall nascer, e ela sempre comparava a educação de nossos filhos por ser diferente da que ela nos deu.
Foi oferecido a Bruce o emprego do pai dele como gerente do Hotel Painsman Williston, onde a mãe dele também trabalhava como escrituraria. Meu sogro foi diagnosticado com um problema no coração e forçado a aposentar.
Eu não conhecia ninguém alem de meus sogros, mas todos foram muito receptivos que logo estava me sentido em casa. Durante a minha infância nos mudávamos muito, então já tinha me acostumado a começar tudo do zero, ainda assim eu sentia saudades de meus irmãos me constantemente me preocupava com eles.
Williston é uma cidade pequena há 48Km da fronteira de Montana e famosa por cruzar com Yellowstone e o rio Missouri. A principio vivíamos com os pais de Bruce até que achamos um apartamento e eu consegui um emprego de meio horário como caixa no armazém Red Owl. Todos amavam Marshall. Ele era muito fofo e eu o inscrevi em uma competição de bebês. Ele tinha 7 meses de idade e tinha ganhado mil dólares na competição de Gerber Baby Food.
Bonnie e uma amiga vieram me visitar, e fazemos uma viagem para a fronteira do Canadá. Tudo ocorreu bem até a volta. Tínhamos a carteira de motorista, mas não estávamos com a certidão de nascimento do Marshall. O pessoal da imigração o retirou de mim. Podíamos o ouvirele chorar em uma sala adjacente a nossa. Eu não parava de chorar. Os policiais disseram que eles tinha de verificar com hospitais e denuncias policiais para ter certeza de que ele não tinha sido seqüestrado. Quatro horas depois que me entregaram ele de volta. Eu não parava de beijar as lágrimas dele e nós voltamos aos EUA. Foi uma experiência horrível e me fez desejar nunca mais sair dos EUA.
Eu cantava para Marshall toda hora e criava em seu quarto rimas bobas. "Jack be nimble, Jack be quick, Jack jumped over the stupid candlestisck"* sempre fazia Marshalll sorrir. Ele adorava ouvir as rimas das igrejas nos domigos, então eu cantava para ele em casa também. A favorita dele era "The Old Rugged Cross". Ele esticava seus braços e tocava meu rosto. . Se eu tentasse cantar outra coisa ele balançava a cabeça e tentava colocar a mão na minha boca. Eu tentei "Amazing Grace", mas ele também não gostou.
As mulheres da igreja me pediram para me juntar ao coral, mas eu era muito tímida.. De qualquer forma Bruce sempre queria que eu ficasse em casa. Ele ficava furioso quando Marshall chorava, alegava qu eu passava todo o meu tempo com ele. As vezes ele entrava colocava Marshall no cercadinho, me fazia sentar no sofá para conversar com ele sobre o dia dele.
Ele começou a beber muito e a usar drogas. Não se importava em esconder isso de mim. Ele convidava os amigos dele e se eu reclamasse ele aumentava o volume da música. Era comum encontrar uma garrafa fazia de wisky e Bacardi na cozinha.
A violência física começou algumas semanas depois que chegamos em Dakota do Norte. Ele chegou gritando em casa uma noite e colocou Marshall no cercadinho dele. Ele agarrou meu cabelo e colocou meu rosto contra a parede.
“Cozinhe meu jantar, vadia”, ele repetia enquanto pressionava a minha cabeça contra a parede. Depois ele me jogou na cozinha. Chorando eu me apressei a fazer o jantar, mais cedo que o normal, e coloquei na mesa onde ele estava sentado. Ele jogou o prato no chão.
“Agora limpe essa bagunça vadia”, ele ordenou.
Eu me ajoelhei para começar a limpar e ele começou a me chutar. Depois saiu de casa batendo a porta para beber. Isto passou a se tornar rotina. Apesar de que ele variava entre pressionar a minha cabeça contra a parede ou me jogar no sofá e me bater. Toda semana eu fingia que tinha batido na quina da porta ou tropeçado em alguma coisa para explicar as marcas em meu rosto. Acho que passa a idéia de ser a pessoa mais desastrada do mundo.
John, dono do armazém local, não acreditava nas minhas histórias. Ele insistia para eu me separar de Bruce e morar com ele e a família dele. Ele insistia que não havia nada de errado, mas John dizia, “Se eu te ver com o olho roxo ou lábio partido de novo, eu vou machucar o Bruce”.
Uma vez, eu estava em meu trabalho quando Bruce entrou na loja e me arrastou pelo braço para a rua. John vivia me dizendo para contar a policia, mas eu tinha medo. A família Mathers tinha muita influencia a cidade de Williston.
A mãe de Bruce não gostava de mim. Há anos ela sonhava com a garota ideal para Bruce, e eu não era essa mulher. Mas o meu sogro, Marshall, era ótimo. Ele teve uma cirurgia em seu coração e estava ficando cada vez mais frágil, mas seus olhos sempre se iluminavam quando eu o visitava com o bebê Marshall.
Em um dia de verão ele estava sentado em sua poltrona no jardim, quando ele pediu para me aproximar. Eu tinha aprendido a disfarçar os machucados com maquiagem, achei que estava fazendo um bom trabalho, mas não enganava o Sr. Mathers.
“Bruce é meu filho” ele disse enquanto lágrimas se formavam em seus olhos. “Eu o amo. Mas também tenho vergonha dele. Eu não suporto o fato de que criei um filho que bate em mulheres. Eu não criei ele para ser assim. Eu te imploro, em meu leito de morte, deixe meu filho. Pegue o bebê e vá. Saia enquanto você pode”.
Ele levantou os braços e nos abraçamos, eu disse a ele que ele era o meu sogro e que eu o amava. Ele era alto como o Bruce, mas estava só pele e ossos. Ele sabia que estava morrendo.
Ele trabalhou duro a vida inteira e não era o tipo de homem que ficava sentado atoa. Mesmo quando ele foi alertado de não fazer nenhum trabalho pesado, porque seu coração não aguentava, ele ainda cuidava do pátio atras da casa dele. Eu verdadeiramente o admirava, ele era um homem adorável. Bruce e a mãe dele deixaram bem claro que eu não era bem-vinda no funeral dele.
As bebidas, as traições, e os abusos de Bruce ficaram piores depois que seu pai morreu. Quando Marshall tomou alta do hospital depois de um tratamento para pneumonia, eu o levei ao hotel para ver o pai. Eu achei que iria agradar o Bruce, mas eu o achei com a recepcionista chamada Heather, rindo a respeito da capa da revista Playboy. Eles estavam se esfregando. Eu fiz um barulho para chamar a atenção e eles se viraram. Bruce ficou furioso, me ordenou a sair. Eu dirigi para casa chorando. Ele ainda não se importava, ele nem ligava se o próprio filho estava doente.
Ele voltou para a casa algumas horas depois de uma caminhada na chuva. Ele tirou os sapatos e os jogou em mim. Eu tentei me assegurar que Marshall estava fora de perigo, mas Bruce o pegou, o jogou em seu cercadinho e gritou: “Esse moleque pode esperar!”
Depois ele jogou o outro sapato em mim, acertou meu rosto, e usou o meu estomago como um saco de areia. Em meu aniversário de 19 anos, em janeiro de 1974, Bruce teve que trabalhar ate tarde. Ele entregou a nosso amigo Kenny, meu colega de trabalho, uma nota de $20 dólares para me levar para jantar no Stateline Club. Eu não queria ir, mas Bruce insistiu. Demorou 45 minutos para chegarmos ao local e estava lotado! Eu sugeri que fizéssemos os pedidos para viagem e voltamos para casa na esperança de Bruce já estar de volta. Mas Mary, uma amiga que estava olhando Marshall para mim, disse que Bruce tinha saído para me procurar.
Ele voltou na manhã seguinte. Quando eu perguntei onde ele estava ele me acusou de ter um caso. Depois ele agarrou meus cabelos e me arrastou para fora do apartamento e me fez subir as escadas até o apartamento vizinho. E ai ele bateu minha cabeça na porta várias vezes. Cada vez que eu o caia me batia mais. Isto continuou ate que ele me nocauteou.
Depois disso lembro de acordar com Bruce dando uns tapinhas em meu rosto, ele estava assustado. “Achei que tinha te matado dessa vez” ele disse.
Havia sangue por todo lugar. Meu nariz estava destruído. Bruce bateu em mim a sangue frio dessa vez. Como sempre ele se mostrava arrependido. Ele insistia que me amava, mas que ele estava sob muita pressão no trabalho, e ele não sabia o que tinha acontecido para ele surtar assim.
Eu disse a ele “Eu te odeio. Eu não vou passar por isso de novo. Eu vou deixar você. Vá para a casa da sua mãe”. Pela primeira vez ele não argumentou de volta. Eu acho que ele tinha percebido que dessa vez ele havia ido longe de mais. Ele saiu e um amigo me levou ao hospital, eu passei duas horas tentando convencer os funcionários que não tinha perigo em casa nem para mim nem para meu bebê. Eu tive uma concussão séria, mas disse as enfermeiras que havia alguém em casa para cuidar de mim me acordando de hora em hora para saber se estava tudo bem.
Há anos atrás eu tinha feito uma promessa que meu filho não sofreria com a violência, drogas ou álcool. Eu e meus irmãos já tínhamos sofrido de mais. Eu não queria meu filho sendo criado nesse mesmo ambiente. Marshall tinha 14 meses de idade, muito jovem para entender o que estava acontecendo. Mas até ele havia começado a apontar as marcas em meu rosto e dizer “Boo, boo”. Isso partia meu coração.
Eu mal consegui dormi. Quando Marshall acordou eu já tinha embalado algumas de suas roupas e fraldas. Eu coloquei tudo dentro de uma mochila. Se eu tivesse pensado direito eu teria pegado o envelope onde nós guardávamos o dinheiro para luz e aluguel. Mas eu só peguei uma nota de $20 dólares para adicionar o pouco que tinha em meu bolso. Eu nem peguei o carro, e ele estava registrado em meu nome e já estava terminando de paga-lo. Eu fui ate a mercearia para pegar o meu pagamento final, devolver meu uniforme e me despedir.
John, meu chefe, implorou para eu ficar, mas eu só queria sair de Williston. Kenny me levou até a ferroviária. Tinha um trem saindo para Kansas City, uma viajem de um dia e meio. De lá eram somente 96Km até Saint Joseph.
Eu estava histérica. Apavorada de que Bruce viesse me procurar. Ele havia me ameaçado de morte várias vezes caso eu tentasse abandoná-lo. Eu nunca havia andado de trem antes, e quando os policiais me olharam eu achei que eles iriam me levar de volta para Bruce. Mas eles somente me cumprimentaram. Eu estava com o nariz quebrado, os dois olhos roxos e um curativo atrás da minha cabeça. Uma mulher me perguntou se eu tinha sofrido um acidente de carro. Eu apenas concordei com a cabeça. Eu não queria falar com ninguém.
Estava um frio congelante. Mesmo que estivéssemos vestindo nossas roupas de inverno, nossas mãos pareciam mais pedras de gelo. Eu não conseguia parar de bater os dentes de frio. Mas pelo menos nós tínhamos o vagão inteiro à nosso dispor porque todos saíram para vagões mais quentes.
O fiscal de viagem veio ate mim, disse que o aquecedor havia quebrado e que eu teria que sair daquele vagão. Mudamos de vagão e eu estupidamente dei a minha nota de $20 para comprar molho de carne e purê de batata e esqueci de pegar o troco. O rapaz achou que fosse gorjeta. Depois Marshall teve uma dor d estomago, e mesmo que eu lhe fizesse massagens ele chorou por toda a viagem. Quando chegamos em Kanssas eu só tinha dinheiro para ligar para minha mãe.
Desnecessário dizer que ela não me recebeu de braços abertos. Ela resmungou alguma coisa sobre acordá-la as 2 da manhã e que havia uma tempestade de neve e ninguém poderia ir me buscar. Ela me disse para ligar de volta em uma hora mais civilizada. Eu sentei na estação por horas até que um policial apareceu.
“Você que é Debbie?” e perguntou.
Eu balancei a cabeça. Seria possível que Bruce já tinha me localizado?
“Esta tudo bem”, ele disse. “Sua mãe nos ligou. Ela vai te emprestar um dinheiro para você pegar um ônibus. Eu vou te levar ao terminal”.
Eu estava cansada e faminta - se tivesse pensado claramente eu teria sacado o dinheiro do meu pagamento antes de sair. A estação de ônibus estava deserta exceto pelo balconista que ficou com pena de mim quando eu disse que estava esperando me enviarem o dinheiro da passagem para eu voltar para casa.
Quando eu perguntei para ele onde era o banheiro ele disse: “Me acompanhe até lá em baixo”.
Eu o segui esperando ter um local quente e com comida. “Você é muito bonita” ele disse “Acho que podemos negociar algo”.
Eu corri para o banheiro onde havia uma mulher que tinha escutado eu comentar sobre a dor de barriga de meu filho, ela tinha um suco de ameixa e me deu. Eu dei a ela os trocados que tinha - algo em torno dos 22 centavos. Eventualmente eu consegui fazer com que Marshall parasse de chorar antes de entrarmos no ônibus. Meu filho estava doente e eu não podia ajudá-lo. Finalmente eu cheguei em Saint Joseph por volta das 4 da tarde. Minha mãe não notou minhas cicatrizes.
“Eu gostava do Bruce” ela disse como se a coisa toda tivesse sido minha culpa. “Quanto tempo você vai ficar?”
“Uma semana ou duas, prometo” respondi. Mas nem durou isso tudo. Bruce continuava telefonando, e havia mais dramas com minha mãe, então eu mudei para a casa da Nan, que naquela época estava morando em Saint Joe.
Nan tentou me fazer voltar par Bruce também. Ela não havia percebido o quanto ele tinha mudado. Ela dizia que ele ligava e chorava no telefone. Eventualmente eu concordei em falar com ele.
Ele me ordenou a voltar para casa e adicionou que eu levasse “o garoto” comigo.
“O garoto tem nome” eu disse.
Eu perguntei se ele podia me enviar as minhas roupas que ficaram mas ele se recusou. Eu tinha feito para o Marshall vários livros de bebê, cheio de fotos, listando as coisas que eram as favoritas dele como um sapo de brinquedo e seu adorado pudim de vanilla. Bruce nem colocou nos correios para mim. Eu só voltei a ver esses livros de bebê quando Marshall ficou famoso. Eles apareceram em uma revista alemã, junto com uma entrevista com Bruce que alegava que havia passado dias procurando por nós mas que tínhamos desaparecido.
Eu sempre quis que Marshall tivesse um relacionamento com o pai dele, porque eu me lembro da dor que senti que eu senti quando meu pai me deixou. Mas Bruce não estava interessado. Algumas semanas depois os telefonemas pararam. Eu me concentrei em começar minha nova vida. Eu sabia que eu tinha de seguir sozinha para o bem de Marshall.
Entrei com os papeis para o divorcio, mas Bruce conseguiu suspender dizendo ao funcionário e minha mãe que eu não tinha em Missouri residência fixa nos últimos seis meses, que era legalmente exigido. Mais tarde ele foi ordenado a pagar pensão de $60 dólares para Marshall, mas ele só depositou duas ou três vezes. Depois disso ele se mudou para a Califórnia e evitou o resto dos pagamentos.
*Jack, seja ágil, Jack, seja rápido, Jack pulou o castiçal estúpido
Créditos e Fonte á Eminem Forever
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