Talib Kweli fala sobre o "privilégio branco" e Eminem
Em entrevista ao VladTV o rapper Talib Kweli falou sobre o "privilégio branco", alegando que isso impulsionou a carreira de rappers como Mac Miller, Macklemore e Eminem. Entretanto, ao falar sobre o Eminem, ele faz uma ressalva e explica que mais do que isso, Eminem tinha uma visão no jogo que o separava de outros MCs. Confira abaixo:
"Esse país foi construído com preconceitos que ainda existem, o privilégio branco é verdadeiro. Especialmente o privilégio masculino. Eu tenho o privilégio masculino, mas não tenho o privilégio branco masculino. Fizemos um show no Brooklin uma vez e o Eminem é quem iria abrir o nosso show. Mas no meio tempo em que agendamos até a data do show, The Slim Shady LP saiu e o Eminem estava na capa da Rolling Stone, eu nunca vi isso com nenhum outro artista na minha vida. Eu já vi o Eminem batalhar na rua, eu já vi pessoas correndo até ele para batalhar com ele na Broadway, tipo 'Ei branquelo, você não é nada', e já vi o Eminem acabar com colegas meus. Então eu nunca questionei a sua integridade, mas nunca vi um rapper ser capa da Rolling Stone tão rápido, eu nunca vi aquilo, e eu pensava 'é porque ele é branco e tem o cabelo loiro agora?' Okay...
Eu não quero dizer que o Eminem era o melhor MC na época, mas o que ele tinha mais que os outros era visão. Então mesmo no Slim Shady EP, antes do Dre, a ideia de ter Eminem e Slim Shady era genial. A ideia de todas as músicas tipo 'Just The Two Of Us', suas músicas tinham muito conceito e visão. Na época os rappers eram fodas no rap, no freestyle sobre rap. 'Sim eu sou legal, e eu sou legal, e sou legal e sou mais legal que você, sou mais legal que você e sou mais legal que você, e daí o verdadeiro hip-hop, o verdadeiro hip-hop, o verdadeiro hip-hop, e nada mais além de hip-hop'. E o Eminem era algo como 'Aqui está uma música sobre, sabe, a mãe da minha filha ou...'
E no vídeo ele não tinha medo, na época se um rapper tinha uma chance com o Dre, tinha a oportunidade de fazer um vídeo, você realmente acha que qualquer outro rapper no jogo faria aquele vídeo de Slim Shady? Não, eles seriam tipo 'Ei me ouça, eu visto roupa da Tims e é assim que eu ando', já o Eminem entrou 'Ah, você quer que eu me vista como Elvis? Okay. Quer que me vista de mulher? Okay'. Ele se divertia. Ele estava aberto para as possibilidades de outros personagens, aberto a pintar o cabelo de loiro. Ele se arriscava de forma que outros MCs normais não faziam. E eu acho que ele está melhor agora, eu acho que o Eminem tem que estar no top 3, talvez top 5, não importa sobre o que ele fale. Entende, tinha muitos MCs sendo agressivos, mas ele foi um visionário, aberto aos riscos.
Fonte: Eminem Forever
"Esse país foi construído com preconceitos que ainda existem, o privilégio branco é verdadeiro. Especialmente o privilégio masculino. Eu tenho o privilégio masculino, mas não tenho o privilégio branco masculino. Fizemos um show no Brooklin uma vez e o Eminem é quem iria abrir o nosso show. Mas no meio tempo em que agendamos até a data do show, The Slim Shady LP saiu e o Eminem estava na capa da Rolling Stone, eu nunca vi isso com nenhum outro artista na minha vida. Eu já vi o Eminem batalhar na rua, eu já vi pessoas correndo até ele para batalhar com ele na Broadway, tipo 'Ei branquelo, você não é nada', e já vi o Eminem acabar com colegas meus. Então eu nunca questionei a sua integridade, mas nunca vi um rapper ser capa da Rolling Stone tão rápido, eu nunca vi aquilo, e eu pensava 'é porque ele é branco e tem o cabelo loiro agora?' Okay...
Eu não quero dizer que o Eminem era o melhor MC na época, mas o que ele tinha mais que os outros era visão. Então mesmo no Slim Shady EP, antes do Dre, a ideia de ter Eminem e Slim Shady era genial. A ideia de todas as músicas tipo 'Just The Two Of Us', suas músicas tinham muito conceito e visão. Na época os rappers eram fodas no rap, no freestyle sobre rap. 'Sim eu sou legal, e eu sou legal, e sou legal e sou mais legal que você, sou mais legal que você e sou mais legal que você, e daí o verdadeiro hip-hop, o verdadeiro hip-hop, o verdadeiro hip-hop, e nada mais além de hip-hop'. E o Eminem era algo como 'Aqui está uma música sobre, sabe, a mãe da minha filha ou...'
E no vídeo ele não tinha medo, na época se um rapper tinha uma chance com o Dre, tinha a oportunidade de fazer um vídeo, você realmente acha que qualquer outro rapper no jogo faria aquele vídeo de Slim Shady? Não, eles seriam tipo 'Ei me ouça, eu visto roupa da Tims e é assim que eu ando', já o Eminem entrou 'Ah, você quer que eu me vista como Elvis? Okay. Quer que me vista de mulher? Okay'. Ele se divertia. Ele estava aberto para as possibilidades de outros personagens, aberto a pintar o cabelo de loiro. Ele se arriscava de forma que outros MCs normais não faziam. E eu acho que ele está melhor agora, eu acho que o Eminem tem que estar no top 3, talvez top 5, não importa sobre o que ele fale. Entende, tinha muitos MCs sendo agressivos, mas ele foi um visionário, aberto aos riscos.
Eu conheço bem o Eminem. Admiro ele há tempo. Eu me lembro que via o Eminem direto e ele estava sempre com uma rima na boca. E meu amigo Jurrel ouviu falar do Eminem, e o Eminem estava fazendo um freestyle na 88 Hip Hop, a primeira rádio de hip-hop. E quando ele [Eminem] desceu, Jurrel parou ele e disse, 'Você vai batalhar comigo', e foi épico cara. E o Eminem o derrubou. Eu me lembro de pensar 'Tá aí um garoto branco de Detroit que não tem medo de batalhar com um estranho na rua... E eu tenho muito respeito a ele por isso."
Fonte: Eminem Forever
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