Tradução do livro The Way I Am 3º capitulo

Veja todos os capítulos anteriores

Capítulo 3:
SUPERNOVA

NINGUÉM OLHARA PARA MIM DUAS VEZES ATÉ QUE ASSINEI COM DRE. 
Nós iriamos gravar nesse estúdio chamado Mix Room em Burbank. Tinha um shopping próximo que eu frequentava e eu era apenas um cara normal.

As coisas ficaram loucas muito rápido - 1999 foi o ano que tudo foi pro ar. Fazíamos tantos shows na época que parecia que estávamos literalmente nos matando. E bebíamos também. Eu nunca fui de beber muito, mas quando entrávamos na turnê a coisa ficava louca. As vezes, em quanto esperávamos para entrar no palco tinha bebida disponível, e começávamos a beber, e do nada já estávamos no palco fazendo show. Depois disso, saiamos do palco e bebíamos mais e pra valer. As vezes fazíamos era 2 ou 3 shows por dia. Era trabalho, bebida, desmaiar, acordar e ir para o próximo show.

Qualquer oportunidade que tínhamos de fazer dinheiro nós aceitávamos. As vezes tudo o que tinha de fazer era mostrar o meu rosto, e talvez uma ou duas músicas. Cara, eu me lembro de ganhar $5.000 só por cantar uma música, isso era o mundo para mim na época. Era viciado no trabalho.

Tudo o que tinha ate então era "My Name Is", tudo era novo para mim. Eu tinha pintado o cabelo na época e as pessoas se identificavam comigo e passaram a me reconhecer em qualquer lugar. Eu voltei ao mesmo shopping em Burbank - onde antes ninguém me conhecia - e surgiram uma ou outra pessoa pedindo autógrafo.

Aeroportos é onde tinha a maior confusão. Eu voava em linha aéreas tradicionais até o The Marshall Mathers LP sair. Você só sabe que você está muito famoso quando você esta sentado na sua poltrona e as pessoas não te deixam em paz, não te deixam dormir.

Depois que fiz o MTV Spring Break em 2000 - Dre e eu cantamos "Forgot About Dre" - eu estava esperando para pegar o voo para Detroit. Havia duas garotas sentadas na minha frente no portão do aeroporto. Eu estava dormindo. Eu acordo e descubro que estava babando. As garotas começam a rir. Uma diz "Posso ver seus polegares?" e eu digo "meu polegar?". Ela disse "Olhe seus polegares. Eles dobram para trás" Eu nunca tinha reparado nisso; por algum motivo meus polegares são hiperestendidos  a ponta dele vai para trás. Elas estavam fascinadas com isso, e falavam do vídeo de "My Name Is". A outra disse "Eles são estranhos, mas também são muito fofos". Ei, eu tenho polegares fofos. Obrigado. Isso é ótimo. Aquilo foi estranho. Acordar e perceber que aquelas meninas estavam me observando o tempo todo. Eu não vou dizer que não me senti um pouco lisonjeado. Elas eram inofensivas - bonitas também. Mas foi um daqueles momentos que me perguntei: Eu sou uma aberração? Será que vou poder fazer coisas normais de novo como dormir no portão do aeroporto?

Mais tarde em uma das turnês - não me lembro qual - o avião que estávamos esperando deu problema, e acabamos dormindo no chão do JFK. Era eu, um dos seguranças, Proof, DJ Head, e mais um pessoal. Essa menina, talvez de 16 ou 17 anos, também estava lá, e ela não sabia o que fazer. Começou a chorar no telefone falando com a mãe dela. Eu e Proof a ajudamos. Os pais dela não queriam que ela entrasse nesse avião. As pessoas podem ficar realmente estranhas quando dá algo errado com o avião - não querem voar nem mesmo sabendo que já esta concertado. Eu falei ao telefone com o pai dela "Sua garotinha vai ficar bem. Vamos arrumar um voo com conexão para ela".

Então Proof e eu levamos a garota até o outro portão de embarque, e estava tudo bem. Mas acho que já estávamos em um nível de fama onde a garota ficou impressionada que nós fizéssemos algo assim. Ela não parava de nos agradecer, como se estivéssemos fazendo algo extraordinário. Mas era a coisa mais humana a fazer sabe?

Proof e eu voltamos ao nosso mini acampamento no portão e começamos a soltar piadas, apenas rindo. E essa garota do exercito estava sentada perto de nós, devia ser instrutora ou algo assim, vestida com as roupas de camuflagem, coturno e toda aquelas paradas. Ela disse "Hey imbecil!", eu olhei para Proof e fiquei tipo De Niro em "Motorista de Táxi", "Ela está falando comigo? Ela está falando comigo? Ela deve estar falando comigo, não tem mais ninguém aqui".

Proof me deu o olhar mais estranho do mundo tipo, eu acho que ela está falando com você. E ela continuou: "É você me ouviu seu imbecil. Porque você não cala a porra dessa boca, seu viadinho?". Eu não sabia nem o que responder. Toda a galera que tava com a gente começou a rir. Dai a garota se levantou como se ela quisesse brigar comigo. Ela disse, "Eu não dou a mínima pra quem você é seu filho da puta! Famoso ou não, eu vou acabar com você se você não calar essa merda de boca agora!".

Eu não sabia se devia ficar com medo ou continuar rindo. Quanto mais eu ria e quanto mais eu sorria mais ela ficava com raiva. Ela começou a bater na parede. Completamente fora de si. Cara, eu poderia ficar a vida toda aqui te contando histórias de aeroporto. Parece que quando você fica famoso as pessoas acham que podem te dizer qualquer coisa. Como se você não fosse mais real.

Agora, não me entenda errado. Eu me sinto abençoado. Eu viajei a lugares que um garoto normal de Detroit talvez jamais conheça, comi todo o tipo de comida exótica, passei um tempo de qualidade com muitas e lindas - algumas não tão bonitas - mulheres. Mas ser famoso é algo insano, não duvide disso.

Se eu tivesse que escolher um momento eu diria que foi no lançamento de "My Name Is' que as coisas começaram a ficar loucas. Dre tinha me alertado para a loucura com o The Slim Shady LP, mas na época eu pensei, "quanto mais loucas as coisas podem ficar?" Eu digo, o quanto famoso eu posso ficar?

Teve um momento que o álbum estava quase pronto, eu voltei para Detroit para dar um tempo e ver Kim e Hailie e passar um tempo com elas. Foi quando o Geffen e A&M entraram para a Interscope, e eu me lembro do Bass Brothers me dizendo que talvez eu deveria voltar porque eles estavam pensando em me barrar porque o álbum estava muito polêmico. (Eu tive essa conversa em um telefone público, porque na época eu morava em um trailer).

Havia algumas linhas em "My Name Is e em "Role Model" que Jimmy Iovine não estava muito feliz, pra fazer a verdade o álbum inteiro estava incomodando os caras. Aparentemente a Interscope começou a discutir "Será que queremos alguém tão polêmico assim?". Eu entrei no avião na mesma hora, e Dre e eu tivemos essa reunião com essas pessoas - foi essa reunião que foi recriada no vídeo de "The Way i Am", onde você me vê preparando para sentar a mesa com todos e ficando irritado, começando a jogar papeis na cara dos diretores e coisas assim. Na vida real a cena não foi tão dramática assim, mas eu estava tentando defender o meu ponto de vista entende? Estávamos sentados com Jimmy nessa mesa e eu estava tipo "Me diga o que vocês querem que eu mude, porque eu não entendo qual é o problema aqui. Colocamos um sinal de alerta para os pais da linguagem no cd, eu achei que já estava tudo pronto".

Bom, outro problema com aquele álbum foi uma linha da música "My Name Is", um trecho da música foi escrita originalmente [pelo que me disseram] por um cara ativista dos homossexuais que se mudou para África do Sul, e ele não queria deixar a gente usar a linha a não ser que mudássemos ela: "My English teacher wanted to fuck me in junior high, the only problem was my English teacher was a guy".

Então mudamos para "My English teacher wanted to fuck me in junior high,thanks a lot, next semester I'll be 35" mas eu não fiquei feliz com esse negócio. A principio Dre e eu voltamos ao estúdio para tentar fazer outra música e evitar problemas com esse cara. Mas não conseguimos, tínhamos tanta certeza que esse seria um hit de sucesso, então fizemos acontecer. Eu não ganho nada com "My Name Is". Nada. Aquele cara tem todos os direitos da música. Eu reconheço, e se essa música nunca tivesse sido lançada? Onde eu estaria agora? Sim, eu acho que um gay ajudou na explosão de Marshall Mathers. Que tal essa agora hein caras!

Mudar as linhas foi duro. Eu não entendia. Vindo da onde eu vim, essa linha não era nada comparado ao que os caras falam um para o outro em uma batalha. O que aconteceu com a liberdade de expressão? Mas parecia ser um preço pequeno a pagar para ajudar a levantar a minha carreira.

Eu me lembro de quando o Paul me disse que a MTV tinha comprado o vídeo de "My Name IS'. O primeiro vídeo que nós gravamos foi o "I Just Don't Give a Fuck" - isso foi antes de eu pintar o cabelo e tudo mais - mas eles não aceitaram o vídeo por razões obvias. Quando Paul me disse que eles tinham "My Name Is", nós estávamos em um escritório em Nova York, e eles passaram o vídeo no mesmo dia. Eu vi pela primeira vez, na tv desse escritório, quando nós voltamos para o apartamento o vídeo estava passando novamente na Tv, era algo difícil de descrever, eu tinha um sentimento de descrença.

Eu só comecei a ver o quanto as pessoas estavam me levando a sério quando Kurt Loder e a MTV ficaram sabendo da letra original de My Name Is. Foi ai que os problemas com a comunidade gay começou. Eu estava tipo "Qual é, isso deveria ser engraçado, é só uma piada".

Foi um pouco mais difícil de engolir. Eu me lembro de me sentir vencido, tipo, eu tinha que ter muito cuidado com as coisas que dizia. Cansei de tentar me explicar, então com o The Marshall Mathers LP e fui para a zona dos "viados". De propósito. Tipo, foda-se.

Ainda naquela época eu não acreditava que era real. Era difícil entender que estava famoso o suficiente para as pessoas prestarem atenção e levarem o que eu falo a sério. Mas mesmo com todo o ódio, os meus números de fãs estavam crescendo cada vez mais. Eu acho que senti realmente o sucesso quando The Marshall Mathers LP atingiu a América central. Vendeu 1.76 milhões na primeira semana.

"The Real Slim shady" foi o maior sucesso, e ai teve o VMA de 2000. eu não consigo descrever o quanto estava nervoso com aquela performance. Quando eu vi todos aqueles caras vestidos como eu entrando na Radio City Hall, eu estava tentando me manter calmo, manter a compostura, mas por pelo menos 30 segundos os nervos tomaram conta. recentemente eu assisti o DVD daquela apresentação, e é visível o quanto eu estava tenso. Performances ao vivo são uma coisa engraçada: se você fizer merda, você fez merda na frente de milhões de pessoas. E você não tem a chance de voltar atrás de concertar. Aquele foi um dos momentos que pensei; "Ei eu consegui vencer com o rap. Eu sou um rapper grande, fazendo rap em um evento importante!" Aquela é uma maneira de ir a uma premiação, se você quer saber; entrar com cem caras de se vestem e se parecem como você, e esperançosamente lutam como você. Não foi preciso é claro, mas ainda assim.... Eu espero que eles tenham conseguido uma garota naquela noite. a resposta que recebi depois daquele show foi louca. Eu acho que ajudou as pessoas a perceberem que eu estava aqui para ficar, e não estava de brincadeira.

Eu nunca fui um fã de shows de premiações.
EU NÃO ENTREI NO RAP POR TROFÉIS. Os troféis que eu queria não estavam esculpidos na forma de um homenzinho. Eu só queria o respeito entende?

No primeiro ano que foi nomeado ao Grammy eu não fui a cerimônia. Havia essa separação de categorias entre Melhor Álbum, e Malhor Álbum de Rap, que eu nunca consegui entender. Por que não apenas Melhor Álbum? Por que separar o rap?Eu acabei ganhando dois Grammys naquele ano, mas ainda não fazia sentido para mim. Naquela época a fama era ainda algo novo, e eu pensava "quem vota nisso? Eu não vou nessa merda. Prefiro ir a MTV ou BET e ganhar um prêmio lá - porque ai vem dos fãs que votam e compram os álbuns". Finalmente eu fui em 2001, até porque ia ser muito ridículo que continuar ganhando e nunca parecer lá. Tipo, o quanto idiota eu posso ser? Até a um certo ponto eu tenho que respeitar as pessoas da industria que me respeitam e o meu trabalho. Hora de crescer Marshall.

Fiz um show do Elton Jhon naquele ano - aquilo foi histórico, bem ali. Ele foi muito legal comigo; ele entendeu da onde eu vim, e percebeu que não era o homofóbico que as pessoas falavam que eu era. Elton se colocou na linha de tiro ao se apresentar comigo - em termos de arriscar aos seus fãs que não gostavam de mim - e eu sempre vou respeitá-lo por isso. Esse gesto me ajudou muito - me fez controlar o nervoso com relação aos protestos que estavam tendo na porta querendo que eu desaparecesse para sempre. Ganhei três Grammys naquele ano - mesmo com toda a polêmica. E eu estou muito AGRADECIDO que nós mudamos de situação AGORA.

ACREDITE OU NÃO, A IDEIA DE SE APRESENTAR COM ELTON FOI MINHA. EU ESTAVA PENSANDO QUE AQUILO REALMENTE IRIA CHOCAR AS PESSOAS E TALVEZ JUNTA-LAS?

Elton e eu somos amigos. Ele se casou com outro cara! Ele é gay! Nós somos amigos! E quem se importa? Quando ensaiamos para o Grammy conversamos sobre as pessoas que estavam contra mim. Acho que era difícil para as pessoas entenderem que, para mim, a palavra "viado" não tem nada a vê com a preferência sexual. É algo como 'idiota' ou 'imbecil'. Quando as pessoas começaram a se irritar com isso eu comecei a usar com mais frequência só para irritá-las mais. Eu não estou em posição para comentar isso, porque não sou gay, mas quem você escolhe ter um relacionamento e o que você~e faz no quarto isso é problema seu.

TEVE UMA ÉPOCA DE LOUCURA. EU NÃO PODIA IR A LUGAR ALGUM SEM SER ASSEDIADO.
Eu tentava me lembrar de como era ser um fã, assinava o maior número possível de autógrafos. Tentava fazer algo diferente em cada autógrafo, mas a medida que foi crescendo foi difícil manter a originalidade. Depois comecei a escrever coisas como "Fique firme", "Continue legal", para as mulheres escrevia coisas como, "Continue linda" apesar disso gostava de assina-los. Tinha hora que ainda me pegava não acreditando que estava fazendo isso.

Eu achava que com o Marshall Mathers LP tudo tinha chegado ao auge. Na minha mente eu achava que tinha chegado ao topo. No segundo álbum e no topo. Ok, no terceiro as coisas vão começar a descer.Mas ai vendi tanto quanto o outro. Não sei nem como descrever isso. Eu esperava que as coisas começassem a regredir, mas continuou na mesma ou ainda mais louco.

Eu ganhava as coisas de graça: roupas, bebida, aparelhos, mulheres, hamburgers. Eu sou um cara normal de Detroit. Mantive esse relacionamento com a minha cidade por muitos anos, sou leal a isso cara. A estrada pode ter sido muito louca para mim - e foi - mas a minha festa era mesmo com as substâncias. Quer saber uma coisa engraçada, EU SÓ COMECEI A USAR DROGAS DEPOIS QUE COMECEI A FAZER RAP SOBRE ELAS.

Quando eu era mais novo, eu bebia 40 depois do trabalho e talvez fumava um cigarro de maconha. Eu tinha amigos que já tinham tentado uns cogumelos e coisas assim, mas eu não. Mas quando você está em turnê, é um mundo completamente diferente.

A primeira vez que foi a Amsterdam foi para promover o The Slim Shady LP. Eramos jovens. Devia ter uns 27 anos. Ir á pela primeira vez foi uma loucura. Parecia que todos usavam drogas - em todos os lugares. Eu não me conformava em como as pessoas se sentiam tão livres para isso. Até pensei em nomear o segundo álbum de Amsterdam só por causa daquela viajem. Depois disso eu sai em turnê falando sobre vicodin, cogumelos, exctasy, e as pessoas jogavam essas drogas no palco para mim. Onde quer que iriamos as pessoas "E ai cara, ta aqui um exctasy" ou "Trouxemos os cogumelos". Não acreditava no efeito que as minhas letras tinham sobre as pessoas, elas achavam que usávamos drogas literalmente, e se eles a levassem para a gente eles teriam acesso ao backstage. Era insano. Eu nunca tinha andado com Exctasy no bolso, mas se alguém aparecesse e me oferecesse eu diria, ok beleza entra ai e que comece o rock n roll.

Uma vez no Texas, Proof e eu levamos cogumelos para um cara que, no dia anterior tinha levado para a gente. Tínhamos um show as 20 horas e não queríamos deixar para usá-los tarde de mais porque o efeito dele era muito longo, então usamos por volta do meio dia. Havia um quintal no hotel e fomos até lá jogar nerf football mas a bola só batia na nossa cara por causa da baixa percepção. então só estávamos jogando a bola e rindo. Devia ser hilário. Em algum momento voltamos para o quarto, eu me lembro dele estar em uma cama e eu na outra e nós pulando que nem criança pequena. Depois desmontamos na cama, olhei para Proof e disse "seu efeito já ta passando?" ele riu e disse "não, o seu tá?" eu disse "que merda? E agora o que vamos fazer? Nosso show é daqui a uma hora e meia"... Não tem final para essa história, desculpe, minha memória falhou. Provavelmente porque era Proof e eu sendo apenas idiotas.

Como as pessoas sabem, as drogas acabaram sendo um problema para mim depois. Ainda bem que percebi isso e me redirecionei para a direção certa. Foi burrice ter começado isso em primeiro lugar. Ser jovem e burro era comigo mesmo. eu tenho boas pessoas perto de mim, apesar de tudo. Família Shady. Somos muito unidos.

Por razões obvias, eu esqueci muitas coisas pequenas, detalhes da estrada, mas eu nunca vou esquecer como é estar na frente de um povo agitado. Não existe nada como um show ao vivo. Nada.

Eu me lembro da primeira vez que esgotaram-se os ingressos. Foi na Tramp's em Nova York em janeiro de 98. MTV estava lá eu iria fazer um show junto com o Royce. Eu estava no camarim me vestindo quando Paul entrou e falou que os ingressos tinham se esgotado e que as pessoas estavam, literalmente se espremendo na porta para tentar entrar. E fiquei "Puta que pariu!Puta que pariu!". Eu fiquei assim a noite inteira. E tudo que eu pensava é "não acredito que isso ta acontecendo'. Depois do show a MTV me entrevistou, acho que foi a minha primeira entrevista.

Em outros shows eu via as pessoas nas filas, dizendo coisas, cantando as letras. Eu olhava para elas e pensava "Porra, eles sabem a letra melhor do que eu". Quando eu errava eles concertavam para mim. Louco. Tinha shows onde as pessoas cantavam tão alto que não conseguíamos rimar por 10 minutos. Eu me lembro de uma vez em Oslo que a plateia foi a loucura. E eu achei que estava em um sonho e que quando acordar eu iria estar na mesma merda de sempre.

Sem ofensa aos Estados Unidos, mas a plateia europeia - porque nem sempre estamos lá - é insana. É como se fosse um momento especial para eles. Cara, eu aprecio isso. Eu cantei uma vez para mais 70 mil pessoas lá. E quando há tantas pessoas assim é melhor arrumar um fone no ouvido porque é a única maneira de ouvir alguma coisa.

Uma das minha melhores memórias foi na turnê Slim shady na House os Blues em LA, entre o primeiro e o segundo show, no backstage eu conheci Dustin Hoffmam e seus filhos. Eu estava emocionado ao conhecer o Rain Man original. Acho que para impressionar seus filhos ele pediu para ser a mumía do show. Ele o fez e se revelou para a plateia no final, o povo ficou doido.   Dustin Hoffmam  em um show de rap... Honestamente foi um dos melhores shows. Fazia o que podia para diminuir as tensões raciais. Eu queria juntar as pessoas. Acho que isso pode ser a melhor contribuição para o hip-hop.

Agradecimentos e Créditos á Eminem Forever

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Curiosidade: Amante brasileira faz revelações sobre Eminem

Fred Durst fala sobre o fim de sua briga com Eminem

Tradução do livro "The Way I Am" 1º Capítulo