Tradução do livro The Way I Am 4º Capítulo
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Capítulo 4
VERY FUNNY, MOTHERFUCKER
MESMO ANTES DE ENTRAR NO RAP, EU JÁ ZOAVA COM AS PESSOAS. Isso foi na época da escola e ensino médio. Bem, 8ª série e todos aqueles 'maravilhosos' três anos que passei no 1º ano do ensino médio. Eu tive que escolher entre ser o palhaço da sala ou o rapaz tímido que sempre apanhava. Então, sempre que tinha a oportunidade, era praticamente garantido que eu iria ser o palhaço e agir como um idiota. Mas você sabe, nem sempre você tem como fazer essa escolha.
Quando eu tinha nove anos de idade, esse garoto, que só era um pouco mais velho que eu, decidiu que iria me bater ate não poder mais no banheiro da escola primária. Ele quase me matou. Eu falo sobre isso em "Brain Damage", e algumas pessoas acham que eu inventei, mas não aquilo realmente aconteceu. Meu cérebro sangrava pela minha orelha. Não foi como se eu ficasse em coma, mas eu meio que desmaiei e acordei só alguns dias mais tarde. E quando eu finalmente acordei, as minhas primeira palavras foram "Eu posso soletrar elefante". Eu acho que me sentia como um Ringling Brother.
Então eu tive que rapidamente aprender a responder zoando. E por sorte, zoar as pessoas e ser zoado meio que te treina pro hip-hop. Parece muito com uma batalha. Você tem que estar preparado: se você não tiver uma resposta rápida ou se sair algo fraco ou não engraçado, irá fazer você parecer um imbecil. Muito do melhor hip-hop são os caras em uma batida legal e umas diss incríveis!
Eu deveria estar agradecido. Talvez se eu nuca tivesse apanhado tanto eu nunca começaria a responder os outros e talvez nem entraria para o rap. Provavelmente ainda estaria na Gilberts trabalhando por $5,50 a hora. Digo, eu ainda trabalhava lá quando conheci o Dre.Hailie, na época era só um bebê, mais ou menos 1 ano de idade. Você sabe quantas horas de trabalho, como cozinheiro, é necessário para que você consiga comprar uma caixa de fraldas? São 4 ou 5 horas. Então no final das contas, acho que não tenho muito remorso do dano na minha cabeça.
Acho que ainda existe essa percepção que sou um cara retraído, quieto, e que o palhaço que faço com a minha música é uma força de vencer a timidez. Mas eu sou um cara normal. Pergunte a meus vizinhos. Eu ando de bicicleta. Passeio com o cachorro. Aparo a minha grama. Eu estou lá fora, todos os domingos, falando comigo mesmo, nú, aparando o gramado com uma serra elétrica.
A imprensa provavelmente tem essa imagem de mim porque nas entrevistas eu não fico fantasiado, fazendo vozes, e agindo como um palhaço. Mas quem é que vai ainda ter energia pra fazer piadas quando te perguntam a mesma coisa durante 10 anos?? E ai, quando você finalmente faz uma piada e começa a brincar, essa é a única parte da entrevista que eles divulgam. "Toda a manhã eu chupo o pau de um elefante" e no outro dia, na manchete da revista vai estar lá em letras grandes: "Eminem: chupa pau de elefante!". Isso foi um péssimo exemplo, porque você sabe, toda a manhã eu chupo o pau de um elefante. Logo depois de escovar os dentes.
DE QUALQUER FORMA, EU SEMPRE FUI BEM ZOADOR. Quando meu tio Ronnie e eu crescemos juntos nós costumávamos passar trotes por telefone o tempo todo. Ligávamos um número qualquer e dizíamos algo como "Aqui é o seu médico. Lamento dizer mas você tem herpes", ou "Aqui é do corpo de bombeiro. A sua casa está pegado fogo". Você está grávida, ou você vai morrer, o que seja. Éramos os mais imbecis que podíamos ser, tentávamos manter a pessoa na linha o maior tempo possível. Não funcionada muito bem. A gente bolava algo como "Você tem que enfiar o seu punho na sua bunda" e ai eles acabavam desligando.
ENTÃO TROTES É ALGO QUE VENHO FAZENDO HÁ DÉCADAS. A primeira vez que vi o show "Crank Yankers" eu pensei "Eu tenho que fazer isso". Eu ainda tenho esse humor de um garoto da 6ª série em mim, e aquele show definitivamente estimulava mais isso. E isso foi um elogio sincero. Eu acho que a maior parte das pessoas que trabalham no "Crank Yankers", os produtores e tudo mais, ligam para as pessoas e perguntam se elas querem participar. Mas eu não. Eu liguei para os "Crank Yankers".
E claro que já tinha feito algumas simulações de trotes em meus álbuns. Eu acho até que algumas destas ligações foram até mais engraçadas, porque elas fora feitas da minha maneira. Eu gosto de fazer uns skits assim porque algumas das minhas músicas, bem, são bem pesadas. Eu não quero gravar 13 ou 14 faixas sempre dessa mesma forma - provavelmente saio um pouco do roteiro e mato alguém. Também, você não quer encher a cabeça das pessoas com músicas sempre pesadas e obscuras. As vezes você consegue segurar a atenção da pessoa por mais tempo se você coloca pequenos skits e introduções para amenizar a tensão. Jogue um aqui e outro ali e fica engraçado, e quando for a hora de ser sério novamente as pessoas terão a atenção renovada, totalmente focados em misoginia e drogas e esquartejamento.
No processo de Encore eu liguei para Paul, que queria que ele ouvisse o som que fiz do cocô caindo na privada. Porque é isso que espero que minha equipe faça por mim: que eles ouçam e elogiem o som do meu belo e bem trabalhado cocô. Então eu levei o microfone para o banheiro e caguei de verdade. Bem, não no microfone né, mas ele estava lá do lado do vaso para pegar o som. É zuado, mas é provavelmente uma das coisas mais engraçadas que já fiz. Nojento né?
A maioria das coisas engraçadas que fiz envolve imitar outras pessoas. Eu era um mimico na escolas. Eu acho que meio que levei isso para a minha música devido aos anos que trabalhei junto do D12. Muitos dos caras do D12 tem um senso de humor extremo. Se você passa algum tempo com eles, e ainda não tem esse tipo de humor, eles desenvolvem isso em você. Eles foram o meu caminho.
Quando estou junto com o D12 estou sempre brincando com alguém, imitando as pessoas e coisas assim. Na verdade, nós fazemos isso uns com os outros. Para ser honesto, eu faço só para me distrair um pouco. Quando estou gravando um álbum eu fico no estúdio o tempo todo. Eu moro lá. E você pode enlouquecer na cabine de gravação. Eu digo porque você é só um cara em uma sala acolchoada sozinho brincando na bateria por dias sem fim. Então quando eu saio eu começo a brincar com as pessoas apenas para manter a minha cabeça o lugar. Se bem que eles não devem ver dessa forma.
Eu faço sotaques quando estou com os caras da Shady. Eu acho que consigo fazer um sotaque britânico bem engraçado - o que é legal sabe? Provavelmente é o único sotaque que se pode fazer sem que as pessoas se irritem, porque, você sabe, quem é que briga com a Inglaterra?
Eu consigo fazer uns sotaques meio que ofensivos. Imito razoavelmente um taxista árabe - eu dirigi com Kurt Loder por Detroit só fazendo essa voz em uma entrevista em 1999. E é claro faço o excitado, drogado, homofóbico - ou seja, minha voz normal.
O personagem Ken Kaniff, que eu uso em alguns álbuns e até em alguns shows, também foi inspirado da vida real. Tem um local em Detroit chamado Caniff Street, e eu me lembro, por alguma razão, de passar por lá e de tentar juntar palavras que começassem com aquelas mesmas letras. Por exemplo, um conjunto de palavras com L, tipo: lazy, lackluster, ludicrous... sabe.
Eu estava fazendo isso, dai veio o Caniff e depois, não sei porque, cheguei a "Ken Kaniff", meu amigo gay de... bom, eu não tenho ideia de onde ele possa ser. Dai eu disse, "Made a couple of crank calls collect", porque é isso que eu queria na música "Cum On Everybody". Eu queria manter o som da palavra K: "Made a couple of crank calls collect [to] Ken Kaniff from Connecticut, can you accept?". E depois disso ele virou um personagem. Acho que as outras pessoas pensam em coisas sérias quando estão dirigindo. Eu só fico brincando com o alfabeto.
Se eu toco em um assunto em uma música que pode ser engraçado, achamos um jeito de faze um vídeo com isso. Em "My Name Is" lembro de Dre dizendo: "Sabe, seria doido se você se vestisse de Marilyn Manson". Na época eu nem tinha visto muito vídeos do Manson. Ele não tinha uma reputação muito boa no meio da América, mas quando eu mencionei ele pensei 'um minuto, é melhor olhar alguns vídeos dele, porque eu não sei como esse cara age'.Depois que vi alguns vídeos dele tive uma ideia do que eu queria fazer. A imitação do Marilyn Manson veio quase que natural com aquelas roupas de vinil e tudo mais. Madona em "Just Lose It" foi o mesmo: coloque uns peitos e uma peruca e pronto.
Montamos uns vídeos engraçados. Quando estamos no set sempre alguém chega e diz "E se tentarmos isso?" "E se armássemos a câmera para fazer isso". Em "Without Me" acabei vestindo de Rap Boy, com uma puta meia entre as minhas pernas. Quando você assiste os desenhos infantis você percebe o quanto os caras exageram nas partes intimas deles. Eu falei pro diretor, Joseph Kahn, para ajustar a câmera do carro bem baixa de forma que o enchimento aparecesse. Ficou tão grande que tive que inclinar um pouco. O mesmo aconteceu com o Elvis. Eu mal conseguia me mexer direito naquela roupa. Mas eu queria fazer um break, dai saiu uns pequenos movimentos e tal.
Tenho zuado por tanto tempo que não consigo entender metade das piadas que as vezes fazem sobre mim. Eu tento não levá-las a sério. Acho que amadureci com os anos. Aprendi jogar mais limpo. E o mais importante, meu pinto é agora ridiculamente grande. Acho que cresci uma polegada ou duas. Damas (e cavalheiros) vocês foram avisados.
Nesse momento estou tentando dar um grande passo. Honestamente, enquanto ninguém falar nenhuma merda das minhas filhas, que eu fortemente acredito que devem estar fora disso tudo, eu estou de boa. Se tem alguem que pode falar sobre estuprar a minha mãe ou esquartejar o corpo de Kim, esse alguem sou eu. Nós mantemos esse tipo de coisa dentro da família.
Se tem uma coisa que gosto de fazer nas minhas músicas é me auto zuar, como em "My name is". Depois daquela música haters sabiam que não havia nada que eles poderiam dizer para me atingir. A mesma estratégia usada por Jimmy no fim de 8 Mile.
Eles vão ter que superar isso, e ai quando alguém joga uma piada sobre você, acaba que você ri deles. A primeira vez que eles me puseram na capa da Mad Magazine - acho que fui capa umas quatro vezes - eu deixei a coisa passar. No meu ponto de vista, se você saiu na Mad é porque você venceu. Weird Al também me pegou. Ele fez um vídeo com uma entrevista falsa sobre mim e colocou na internet. O filho da puta sabe ser engraçado. Quando algo assim acontece, você só tem que sentar e dizer "ok ele me pegou". Você aprende isso nas batalhas, uma espécie de espírito esportista. especialmente é verdade para aqueles em que sou próximo. Tipo Denaun do D12 - Mr. Porter. Estamos trabalhando junto há um tempo, mas também fomos colegas de quarto por uns anos. Se você divide o quarto com alguém e também trabalha com ele, a coisa começa. Não tem como segurar. "Denaun seu perna de viado" porque ele levou um tiro na perna. Na verdade foi Kurniva quem começou esse de perna de viado; "cala a boca seu perna de viado". E ai eles começaram a zuar com a perna do Denaun e coisas parecidas.
Fazíamos isso antes de ir ao palco, era um pequeno ritual. Depois de fazer nossa oração, permanecíamos em círculo e Denaun colocava a perna dele no meio, e dai dávamos as mãos e começávamos a acenar para a perna dele como se tivéssemos reverenciando.
Esse tipo de brincadeira sempre vai para os dois lados. Todos são vítima, até eu. E o que as pessoas dizem sobre mim? Que eu sou ótimo, incrível. Que sou um puta gênio. Que tenho o mais belo, e esculpido cocô. Coisas assim. E eu, ah foda-se.
Créditos e Agradecimentos á Eminem Forever
Capítulo 4
VERY FUNNY, MOTHERFUCKER
MESMO ANTES DE ENTRAR NO RAP, EU JÁ ZOAVA COM AS PESSOAS. Isso foi na época da escola e ensino médio. Bem, 8ª série e todos aqueles 'maravilhosos' três anos que passei no 1º ano do ensino médio. Eu tive que escolher entre ser o palhaço da sala ou o rapaz tímido que sempre apanhava. Então, sempre que tinha a oportunidade, era praticamente garantido que eu iria ser o palhaço e agir como um idiota. Mas você sabe, nem sempre você tem como fazer essa escolha.
Quando eu tinha nove anos de idade, esse garoto, que só era um pouco mais velho que eu, decidiu que iria me bater ate não poder mais no banheiro da escola primária. Ele quase me matou. Eu falo sobre isso em "Brain Damage", e algumas pessoas acham que eu inventei, mas não aquilo realmente aconteceu. Meu cérebro sangrava pela minha orelha. Não foi como se eu ficasse em coma, mas eu meio que desmaiei e acordei só alguns dias mais tarde. E quando eu finalmente acordei, as minhas primeira palavras foram "Eu posso soletrar elefante". Eu acho que me sentia como um Ringling Brother.
Então eu tive que rapidamente aprender a responder zoando. E por sorte, zoar as pessoas e ser zoado meio que te treina pro hip-hop. Parece muito com uma batalha. Você tem que estar preparado: se você não tiver uma resposta rápida ou se sair algo fraco ou não engraçado, irá fazer você parecer um imbecil. Muito do melhor hip-hop são os caras em uma batida legal e umas diss incríveis!
Eu deveria estar agradecido. Talvez se eu nuca tivesse apanhado tanto eu nunca começaria a responder os outros e talvez nem entraria para o rap. Provavelmente ainda estaria na Gilberts trabalhando por $5,50 a hora. Digo, eu ainda trabalhava lá quando conheci o Dre.Hailie, na época era só um bebê, mais ou menos 1 ano de idade. Você sabe quantas horas de trabalho, como cozinheiro, é necessário para que você consiga comprar uma caixa de fraldas? São 4 ou 5 horas. Então no final das contas, acho que não tenho muito remorso do dano na minha cabeça.
Acho que ainda existe essa percepção que sou um cara retraído, quieto, e que o palhaço que faço com a minha música é uma força de vencer a timidez. Mas eu sou um cara normal. Pergunte a meus vizinhos. Eu ando de bicicleta. Passeio com o cachorro. Aparo a minha grama. Eu estou lá fora, todos os domingos, falando comigo mesmo, nú, aparando o gramado com uma serra elétrica.
A imprensa provavelmente tem essa imagem de mim porque nas entrevistas eu não fico fantasiado, fazendo vozes, e agindo como um palhaço. Mas quem é que vai ainda ter energia pra fazer piadas quando te perguntam a mesma coisa durante 10 anos?? E ai, quando você finalmente faz uma piada e começa a brincar, essa é a única parte da entrevista que eles divulgam. "Toda a manhã eu chupo o pau de um elefante" e no outro dia, na manchete da revista vai estar lá em letras grandes: "Eminem: chupa pau de elefante!". Isso foi um péssimo exemplo, porque você sabe, toda a manhã eu chupo o pau de um elefante. Logo depois de escovar os dentes.
DE QUALQUER FORMA, EU SEMPRE FUI BEM ZOADOR. Quando meu tio Ronnie e eu crescemos juntos nós costumávamos passar trotes por telefone o tempo todo. Ligávamos um número qualquer e dizíamos algo como "Aqui é o seu médico. Lamento dizer mas você tem herpes", ou "Aqui é do corpo de bombeiro. A sua casa está pegado fogo". Você está grávida, ou você vai morrer, o que seja. Éramos os mais imbecis que podíamos ser, tentávamos manter a pessoa na linha o maior tempo possível. Não funcionada muito bem. A gente bolava algo como "Você tem que enfiar o seu punho na sua bunda" e ai eles acabavam desligando.
ENTÃO TROTES É ALGO QUE VENHO FAZENDO HÁ DÉCADAS. A primeira vez que vi o show "Crank Yankers" eu pensei "Eu tenho que fazer isso". Eu ainda tenho esse humor de um garoto da 6ª série em mim, e aquele show definitivamente estimulava mais isso. E isso foi um elogio sincero. Eu acho que a maior parte das pessoas que trabalham no "Crank Yankers", os produtores e tudo mais, ligam para as pessoas e perguntam se elas querem participar. Mas eu não. Eu liguei para os "Crank Yankers".
E claro que já tinha feito algumas simulações de trotes em meus álbuns. Eu acho até que algumas destas ligações foram até mais engraçadas, porque elas fora feitas da minha maneira. Eu gosto de fazer uns skits assim porque algumas das minhas músicas, bem, são bem pesadas. Eu não quero gravar 13 ou 14 faixas sempre dessa mesma forma - provavelmente saio um pouco do roteiro e mato alguém. Também, você não quer encher a cabeça das pessoas com músicas sempre pesadas e obscuras. As vezes você consegue segurar a atenção da pessoa por mais tempo se você coloca pequenos skits e introduções para amenizar a tensão. Jogue um aqui e outro ali e fica engraçado, e quando for a hora de ser sério novamente as pessoas terão a atenção renovada, totalmente focados em misoginia e drogas e esquartejamento.
No processo de Encore eu liguei para Paul, que queria que ele ouvisse o som que fiz do cocô caindo na privada. Porque é isso que espero que minha equipe faça por mim: que eles ouçam e elogiem o som do meu belo e bem trabalhado cocô. Então eu levei o microfone para o banheiro e caguei de verdade. Bem, não no microfone né, mas ele estava lá do lado do vaso para pegar o som. É zuado, mas é provavelmente uma das coisas mais engraçadas que já fiz. Nojento né?
A maioria das coisas engraçadas que fiz envolve imitar outras pessoas. Eu era um mimico na escolas. Eu acho que meio que levei isso para a minha música devido aos anos que trabalhei junto do D12. Muitos dos caras do D12 tem um senso de humor extremo. Se você passa algum tempo com eles, e ainda não tem esse tipo de humor, eles desenvolvem isso em você. Eles foram o meu caminho.
Quando estou junto com o D12 estou sempre brincando com alguém, imitando as pessoas e coisas assim. Na verdade, nós fazemos isso uns com os outros. Para ser honesto, eu faço só para me distrair um pouco. Quando estou gravando um álbum eu fico no estúdio o tempo todo. Eu moro lá. E você pode enlouquecer na cabine de gravação. Eu digo porque você é só um cara em uma sala acolchoada sozinho brincando na bateria por dias sem fim. Então quando eu saio eu começo a brincar com as pessoas apenas para manter a minha cabeça o lugar. Se bem que eles não devem ver dessa forma.
Eu faço sotaques quando estou com os caras da Shady. Eu acho que consigo fazer um sotaque britânico bem engraçado - o que é legal sabe? Provavelmente é o único sotaque que se pode fazer sem que as pessoas se irritem, porque, você sabe, quem é que briga com a Inglaterra?
Eu consigo fazer uns sotaques meio que ofensivos. Imito razoavelmente um taxista árabe - eu dirigi com Kurt Loder por Detroit só fazendo essa voz em uma entrevista em 1999. E é claro faço o excitado, drogado, homofóbico - ou seja, minha voz normal.
O personagem Ken Kaniff, que eu uso em alguns álbuns e até em alguns shows, também foi inspirado da vida real. Tem um local em Detroit chamado Caniff Street, e eu me lembro, por alguma razão, de passar por lá e de tentar juntar palavras que começassem com aquelas mesmas letras. Por exemplo, um conjunto de palavras com L, tipo: lazy, lackluster, ludicrous... sabe.
Eu estava fazendo isso, dai veio o Caniff e depois, não sei porque, cheguei a "Ken Kaniff", meu amigo gay de... bom, eu não tenho ideia de onde ele possa ser. Dai eu disse, "Made a couple of crank calls collect", porque é isso que eu queria na música "Cum On Everybody". Eu queria manter o som da palavra K: "Made a couple of crank calls collect [to] Ken Kaniff from Connecticut, can you accept?". E depois disso ele virou um personagem. Acho que as outras pessoas pensam em coisas sérias quando estão dirigindo. Eu só fico brincando com o alfabeto.
Se eu toco em um assunto em uma música que pode ser engraçado, achamos um jeito de faze um vídeo com isso. Em "My Name Is" lembro de Dre dizendo: "Sabe, seria doido se você se vestisse de Marilyn Manson". Na época eu nem tinha visto muito vídeos do Manson. Ele não tinha uma reputação muito boa no meio da América, mas quando eu mencionei ele pensei 'um minuto, é melhor olhar alguns vídeos dele, porque eu não sei como esse cara age'.Depois que vi alguns vídeos dele tive uma ideia do que eu queria fazer. A imitação do Marilyn Manson veio quase que natural com aquelas roupas de vinil e tudo mais. Madona em "Just Lose It" foi o mesmo: coloque uns peitos e uma peruca e pronto.
Montamos uns vídeos engraçados. Quando estamos no set sempre alguém chega e diz "E se tentarmos isso?" "E se armássemos a câmera para fazer isso". Em "Without Me" acabei vestindo de Rap Boy, com uma puta meia entre as minhas pernas. Quando você assiste os desenhos infantis você percebe o quanto os caras exageram nas partes intimas deles. Eu falei pro diretor, Joseph Kahn, para ajustar a câmera do carro bem baixa de forma que o enchimento aparecesse. Ficou tão grande que tive que inclinar um pouco. O mesmo aconteceu com o Elvis. Eu mal conseguia me mexer direito naquela roupa. Mas eu queria fazer um break, dai saiu uns pequenos movimentos e tal.
Tenho zuado por tanto tempo que não consigo entender metade das piadas que as vezes fazem sobre mim. Eu tento não levá-las a sério. Acho que amadureci com os anos. Aprendi jogar mais limpo. E o mais importante, meu pinto é agora ridiculamente grande. Acho que cresci uma polegada ou duas. Damas (e cavalheiros) vocês foram avisados.
Nesse momento estou tentando dar um grande passo. Honestamente, enquanto ninguém falar nenhuma merda das minhas filhas, que eu fortemente acredito que devem estar fora disso tudo, eu estou de boa. Se tem alguem que pode falar sobre estuprar a minha mãe ou esquartejar o corpo de Kim, esse alguem sou eu. Nós mantemos esse tipo de coisa dentro da família.
Se tem uma coisa que gosto de fazer nas minhas músicas é me auto zuar, como em "My name is". Depois daquela música haters sabiam que não havia nada que eles poderiam dizer para me atingir. A mesma estratégia usada por Jimmy no fim de 8 Mile.
Fazíamos isso antes de ir ao palco, era um pequeno ritual. Depois de fazer nossa oração, permanecíamos em círculo e Denaun colocava a perna dele no meio, e dai dávamos as mãos e começávamos a acenar para a perna dele como se tivéssemos reverenciando.
Esse tipo de brincadeira sempre vai para os dois lados. Todos são vítima, até eu. E o que as pessoas dizem sobre mim? Que eu sou ótimo, incrível. Que sou um puta gênio. Que tenho o mais belo, e esculpido cocô. Coisas assim. E eu, ah foda-se.
Créditos e Agradecimentos á Eminem Forever
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