Tradução do livro My Son Marshall, My Son Eminem. 11º Capitulo



Capitulo 11

Marshall chegou um dia em casa com uma garota alta e de cara fechada. Ele disse que o nome dela era Kim Scott e que ela precisava de um lugar para ficar. Eu estava feliz em poder ajudar. 

Kim disse que ela tinha 15 anos e eu não tinha porque duvidar da palavra dela. Na verdade ela era tão bonita e mais desenvolvida para sua idade que, facilmente, poderia se passar por uma garota de 17 anos. 

A principio ela mal falava. Respondia as minhas perguntas balançando a cabeça. Eu a enchi de carinho, emprestava para ela minhas roupas, ensinei ela a fazer maquiagem. Eu cuidava dela como a filha que eu sempre quis.

Aos poucos ela começou a se abrir. Ela tinha uma irmã gêmea chamada Dawn, não tinha ideia de quem era o seu pai biológico, e alegava ter sido molestada sexualmente por seu padrasto. Agora, como geralmente acontece com crianças que sofreram abuso, Kim sabia contar historias. Ela dizia ter sido estrupada, forçada a dormir com parentes regulamente, apanhava da mãe. O que você conseguir imaginar já aconteceu com Kim. Meu trabalho não era diferenciar a realidade da ficção; eu simplesmente escutava e oferecia um conselho. Contava para ela alguma de minhas experiências particulares. 

Se eu pedisse para ela esvaziar o lava-louças ou limpar o aspirador de pó ela negava e saia de perto.

Comunicação não era o seu ponto mais forte. Eu sempre falava depois com Marshall. Chegou um momento que ela jogava as coisas dela no chão e esperava que eu limpasse. Eu não me importava de emprestar minhas roupas para ela no começo, mas ela apenas as pegava para si. Ela gostava muito de um top de renda e uma saia de seda que eu tinha. Só que eu sou magra, a roupa caia bem em mim ficava um pouco folgado ainda, mas Kim que tinha quase 1,80 com seios fartos, a roupa parecia obscena. Ela se recusava a me devolver, alegando que tinha comprado um igual ao meu.

Por que eu aturava ela? Eu cuidava de crianças havia anos. Nossa casa tinha um movimento constante de crianças abandonadas. Eu olhava para Kim como um desafio, alguém que eu esperava poder ajudar a ter uma vida melhor. Até mesmo porque eu já tinha passo o inferno com a minha família. Mas ainda assim, eu não confiava nela. Assim que ela começou a se sentir confortável com a minha presença, ela começou a dar problemas. 

Marshall tinha o quarto maior da casa. Era praticamente o andar de cima inteiro, mas ele passava a maior parte do tempo no porão - que ele havia convertido em um pequeno estúdio. Depois de alguns meses eu reparei que Kim ficava aborrecida com os amigos de Marshall. Ela chegou a acusar um deles de dar em cima dela. 

Marshall e eu sempre falávamos de tudo. Nada era tabu entre nós. Toda noite nós sentávamos no sofá para conversar. De repente Kim começou a ficar no meio de nós. Ela tinha ciúmes de todos, inclusive Nathan.

Eu presumia que Marshall e Kim já estavam namorando, mas acreditava que o relacionamento ia se desgastar automaticamente. Como precaução eu me assegurava de que ela dormia no sofá do lado de fora do meu quarto toda noite. Eu não queria ela no quarto do Marshall.

No seu aniversário de 16 anos, eu fiz para ela um bolo e tivemos uma festa. Mas tudo veio por água abaixo algumas semanas depois quando a escola de Kim telefonou dizendo que ela não estava indo as aulas havia meses. Eu disse a eles que ela já tinha 16 anos e eu não mais a podia forçar a ir para a escola.

"Ela não tem 16, ela acabou de fazer 13" disse a voz do outro lado do telefone. Eu me senti doente. No segundo que Marshall entrou pela porta eu disse, "Precisamos conversar". 

Mas ele não queria saber. Ele insistia que ela tinha 16, dizia que ela estava no mesmo ano que ele na escola.

"Filho, você tem 15 anos. Ela é muito nova para você" eu dizia. 

Marshall começou a falar um mundo de obscenidades para mim depois se trancou no porão. Kim apareceu algumas horas depois. Quando ela me viu ela correu para Marshall e depois os dois saíram de casa. 

Daquele dia em diante o caos estava implantado. 

Eu tentava me dar bem com Kim, mas ela me odiava. Os pais dela odiavam Marshall. Quando eu tinha o desprazer de encontrar com a mãe de Kim no bingo, eu podia ouvir ela xingando os ganhadores. Kim me contou todos os tipos de histórias sórdidas sobre o seu padrasto, Casey. Eu não acreditava nela totalmente, mas ele sabia como ameaçar Marshall. Quando Casey descobriu que meu filho não gostava de água, ele persuadiu Marshall a entrar em um barco com ele no lago. Eles se afastaram do litoral, Casey balançava o pequeno barco de um lado para o outro ameaçando a machucá-lo. Marshall disse que ele também apontou uma arma para ele. Ele estava proibido de passar na rua de Casey. 

Kim alternava entre a nossa casa em Dresden e a casa dos pais dela do ouro lado de 8 Mile. Sempre havia algum drama: ela alegava ter sido atacada por um alcoólatra louco e pedófilo, uma gangue de rapazes perseguia ela ao sair de uma loja... Ela colocava Marshall em brigas e ordenava ele a bater nas pessoas que implicavam com ela. Uma vez, Kim apontou para três rapazes corpulentos na rua e Marshall foi confrontar os rapazes; depois ela se retificou dizendo que talvez não tivesse sido eles. Me apavorava a ideia de alguém puxar uma arma par ao meu filho. 

Ela me afrontava também. Quando ela não estava roubando as minhas roupas ou quebrando as minhas coisas, ela se gabava sobre a vida sexual dela com Marshall. Era horrível. desde o inicio ela havia descoberto uma forma de ir para o andar de cima sem eu saber e dormir com meu filho.

Eu tentava falar com Kim, mas ela não me dava atenção. Marshall, no entanto, era devoto a dela. Ela foi sua primeira namorada, e ele parecia um cachorrinho ao redor dela. Quando ela fez uma cirurgia no seu pé ele a carregava para todos os lados. Mas quando ele foi atacado por 4 homens, Kim simplesmente disse a ele "Enfrente isso como um homem". 

Eu implorava para ele terminar com ele, mas Marshall recusava. Chegou a um ponto que eu não podia falar com ele se ela estava dentro de casa, eu tinha que esperar ela sair. Os amigos de Marshall, as outras crianças que eu cuidava e Nathan entendiam a situação, eles discretamente desapareciam para o porão no momento em que Kim saia pela porta para que eu tivesse um momento com meu filho.

"Ela é minha garota, você é minha mãe. Por favor, não me faça escolher", ele me dizia varias vezes. 

Sempre escrevíamos poesia um para o outro para falar de nossos sentimentos. Eu passava as noites rabiscando os meus pensamentos, e ainda o faço. Eu escrevi várias cartas para o Marshall, mas nunca as enviei. Escrever era terapêutico.

Marshall parou de me mostrar as suas rimas. Kim não aprovava. Mas ele estava começando a pensar em nomes artísticos. Seu primeiro nome artístico foi M&M - um jogo de palavras com suas inicias. Eu conheço a rebeldia adolescente e acho que tive sorte porque Marshall começou tarde. Mas aos seus 16 anos ele estava fora de controle. Ele estava nervoso todo o tempo.

Kim queria saber como ela podia encontrar o pai verdadeiro dela. Depois Marshall voltou a perguntar sobre seu pai. Pela primeira vez eu decidi entrar em contato com Bruce. Eu descobri o seu telefone na Califórnia, e tremendo, disquei o número. Bruce não estava quem tendeu foi sua esposa, Lesley, pareceu ser adorável. Ela prometeu ver o que podia fazer. 

Algumas semanas depois, uma carta chegou. Eu reconheci a grafia imediatamente. Marshall rasgou o envelope. Havia um pequeno bilhete e duas fotos

"Eu queria te mandar um recado rápido para você saber que estou ansioso para te ver. Junto uma foto recente minha para você saber quem deve procurar no aeroporto. Tenho certeza que você irá se divertir aqui, o tempo é ótimo e moramos a uma rua da praia, então traga roupa de banho. Espero te ver logo.
Pai."

Nós olhamos a foto. Havia um homem de meia idade de cabelos longos. Bruce havia envelhecido veio, mas era notável o queixo de Marshall nele. A outra foto era de um Bruce mais jovem, segurando uma prancha de surf.

"É isso?" Disse Marshall jogando a carta no chão. Ele não queria ir para a Califórnia e eu certamente não queria ver Bruce de novo. Só de olhar para a foto dele me trazia de volta as lembrança da violência. 

Marshall nunca mais falou de seu pai. Mas sua rebeldia ainda continuava. Ele descontava nos homens dentro de casa ele sempre teve ciúmes dos meus amigos homens, ma agora ele os proibia de entrar.

"Você é minha mãe, eu estou no comando, está é a minha casa" ele dizia. 

Ele tinha muitas inseguranças de adolescente e muito ciumento. Me acusava de amar mais a Nathan do que a ele. De tempos em tempos que tinha que assegurar a ele que eu os amava igual. Mas ainda havia resquícios do antigo Marshall. Ele ainda assinava os cartões de natal, aniversário e dia das mães "Com amor, seu filho número um, Marsh". Mas o relacionamento próximo que nós tínhamos havia sido rompido. Eu não culpava ninguém mais se não Kim. 

Marshall largou  a escola Lincoln High School. Eu só descobri um dia que ele se recusou a levantar de manhã. Já havia semanas q ele não ia as aulas. No seu aniversário d 17 anos eu dei a ele meu carro, Lincol Town. Quando Kim o magoava, Marshall batia com seus punhos no carro e chutava os pneus. Eu nunca vi um veiculo tão amassado quando o dele. 

Eu me preocupava cada vez que ele saia com o carro. Toda a hora. Ele sempre era parado pela policia em Dresden. Meus amigos me ligavam ou iam la em casa me avisar que tinha visto a policia parar meu filho de novo. Graças a Deus, eventualmente isso parou. Eu tentava seguir ele algumas vezes para ter certeza que ele estava indo, aonde ele dizia que estava indo, até que ele descobriu. 

Marshall havia superado o seu medo de pessoas parecidas com DeAngelo Bailey. A maioria de seus amigos era afro americanos de Detroit também envolvidos com rap. DeShaun Holton - conhecido por todos como Proof - era seu melhor amigo. Brian "Champtwon" Harmon era outro amigo muito próximo. Marshall adotou tudo da cultura negra. Infelizmente, nem todos entendiam o por que. Ele sempre entrava em brigas.

A ligação que sempre temi veio um dia pela manhã. Marshall estava preso na delegacia. Ele estava dirigindo com Proof e mais dois outros amigos saindo de um estúdio quando um deles abaixou a janela e atirou, com uma arma de paintball, nas pessoas que estavam em um posto de gasolina. A policia os parou. De acordo com Marshall ele foi algemado e arrastado para a cela e agredido por um policial negro.

Aparentemente o policial o chamou de marica por ele usar brincos. depois ele colou um pé nas costas de Marshall e disse: "Eu estou falando com você garoto. De que cor são os seu amigos hein? E de que cor é você?" Marshall disse que o policial forçou lixo em sua boca e depois o chutou no rosto.

Eu fiquei furiosa quando descobri que Marshall era o único garoto branco na mira da policia. Marshall e seus amigos já foram tidos como ladrões de carro pela policia. Eles chegaram até a apreender o carro de Marshall. Eu contratei um advogado, provei que a arma era apenas de plástico e de brinquedo - e não uma arma mortal - provamos que o Lincoln pertencia a Marshall e não era roubado, e eles retiraram as acusações. O caso foi excluído. 

As acusações foram retiradas e a pedido do juiz os documentos foram destruídos. 
A prisão assustava Marshall. Ele nunca mais teve problemas com a policia. Agora ele dizia que nunca mais ele queria ver o interior de uma delegacia ou patrulha. Eu me sentia aliviada depois disso tudo, mas ainda revoltada pelo tratamento que a policia deu a meu filho e seus amigos.

Fonte e Créditos á Eminem Forever

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