Tradução do livro My Son Marshall, My Son Eminem. 10º Capítulo



Capítulo 10

Inspirado pelos sucessos de suas poesias, Marshall sabia exatamente o que queria ser quando crescer agora. Ele idolatrava LL Cool J e queria ser um artista de Hip-hop. Os seus colegas riam dele, mas eu dizia a ele que poderia ser o que ele quisesse na vida. 

Ele rascunhava rimas em guardanapos, papeis toalha, papeis de recado, até nos folders de propagandas de super-mercado. Constantemente ele me acordava no meio da noite para me perguntar o significado de uma palavra. Ele se dedicava a isso, memorizava palavas incomuns e seus significados. 

Marshall se preocupava muito com a situação mundial - ele odiava guerras, pessoas famintas e pobreza. Ele sempre foi a favor da paz e prosperidade; e suas letras refletiam isso.

Ele também tinha um caderno de desenho sobre os personagens que ele criava. Ele nunca mais mencionou o pai dele, mas uma vez, quando não consegui ir à reunião de pais e mestres na escola dele, ele me deixou um desenho dele sentado sozinho na varanda de casa. Era a maneira dele dizer que estava triste, quando ele estava feliz ele fazia desenhos de borboletas sabendo que eu as acho lindas. 

Sempre me perturbou que os professores dele o davam nota baixa em artes. Os desenhos dele eram excelentes mas os professores o acusavam de plágio. Mas ele se dava bem em música, constantemente tirava B nessa matéria. Eu fiz Marshall reprovar para um de seus professores que ele podia desenhar mas ele ainda não acreditavam nele.  

Ele e Ronnie tinha pequenas brigas sobre pop. Ronnie se afastou do hip-hop e agora curtia Bon Jovi, Rock e Heavy Metal. Então Marshall afiou mais ainda suas habilidades no rap com Todd e Nan. E apesar da sua rejeição inicial, ele logo veio a se apaixonar por seu irmão mais novo. Ele segurava Nathan para dormir, dava mamadeira para ele, cuidava dele em todos os sentidos. 

Os dentes da frente de Nathan tiverem que ser arrancados depois dele contrair uma rara infecção bacteriana. Era de partir o coração, ele só tinha dois anos e meio e lindos dentes brancos. Os seus dentes permanentes só iriam nascer depois dos 8 anos de idade. Até os três anos de idade ele se recusava a largar a mamadeira, ficava com ela na boca mesmo com ela vazia. Eu tentei joga-la fora mas de algum modo ele conseguia recuperá-la.

Fred ligou uma vez: ele queria voltar. Mas eu não podia perdoá-lo de novo. Ele me deixou grávida e totalmente sem condições. Até sua mãe me pediu para voltar com ele - ela não gostava da namorada dele, Tina. Eu disse a ela que ele só estava colhendo o que ele havia plantando. Havia também o problema da pensão da criança. Ele alegou que estava falido para não ter de pagar as minhas despesas médicas durante a minha gravidez. Ele não pagou um centavo até 1995. Ainda assim, ele alegava não ter condições para o juiz, eu não podia contar com o seu dinheiro, que eram $35 dólares a cada duas semanas. Fred continuava pedindo para ser afastado dos direitos do seu filho, direitos esse que ele nunca respeitou. Mas ele começou a pagar com regularidade quando Nathan tinha 16 anos.

Graças a Deus meu médico me deu algo para os nervos. Eu não acho que teria conseguido passar pelos tribunais e julgamentos sem alguma ajuda. Eu nunca vou esquecer Dr. B. falando para o Nathan "Escute, homezinho, quando você crescer e ver o seu pai, dê a ele um bom soco no nariz por mim tá?"

Marshall adorava o nosso apartamento duplex em Savannah. Era novinho, e ele tinha o terraço todo para ele. Assim como Marshall depois de DeAngelo Bailey, eu passei a temer que o homem louco que me atacou na gravidez voltasse.

Era hora de voltar para Michigan, mas Marshall não queria ir. Ele ameaçava fugir, me implorava para deixá-lo que ele arrumaria um emprego - tudo para ficar em Missouri. Mesmo que ele amasse Nathan, ele ainda tinha crises de ciúmes. Ele me acusava de ignorá-lo e dar mais atenção a Nathan. Ameaçar fugir era o seu modo de lutar. Eu insistia que ele era muito jovem para viver por conta própria e perguntava o que ele iria fazer para viver.

"Eu arrumo um emprego na fábrica ou nas fazendas" ele dizia. Eu sabia que ele não falava sério - era só rebeldia.

As primeiras semanas foi difícil, mas aos poucos Marshall foi cedendo. Assim que voltamos para Michigan ele entrou em contato com seus antigos amigos e começou a fazer novos também. Nossa casa era cheia de crianças. Eu entrei para o Parents Without Partners, um grupo de pais divorciados ou separados que encorajava as famílias a conhecer umas as outras. Havia piqueniques, festas no lago, churrasco...

Eu logo me apaixonei por um jardineiro chamado B.J. Ele tinha várias crianças mas os via raramente. Eu vi que B.J. era muito bom com meu filhos. Os dois tinham medo de água e nenhum queria aprender a nadar. Mas B.J. encorajou Nathan a mergulhar no lago nadando com ele de mãos dadas. Eu era muito restrita com os homens na minha vida - meus filhos era tudo para mim - eu avaliava como eles tratavam os meu filhos e os nossos animais. E claro, eles deveriam ser sóbrios. B.J. passou em todos os testes.  

B.J havia se machucando muito com sua ex-mulher mas isso não o impediu de propor minha mão  em casamento após 3 meses de relacionamento. Marshall tinha 15 anos e eu valorizava a opinião dele quando se trava dos homens que namorava. Ele me disse para ir em frente. 

Nos casamos com um oficial de B.J. Ele era um homem grande e mal humorado e me perguntou se eu tinha certeza que eu queria passar por aquilo. Eu achei meio estranho. Ele fez a cerimônia e um escritório pequeno. Eu vestia um longo rosa de cetim. B.J. terno e gravata. 

Mas havia algo na mente de Marshall quando voltamos para casa naquela noite.

"Onde ele vai dormir?" ele perguntou olhando para B.J

"meu quarto', eu disse. 

"Oh, não, ele não vai!"Marshall gritou. "Ele pode dormir aqui fora no caminhão dele". 

Com isso Marshall ordenou a B.J que ficasse do lado de fora. Ele ficou em pé impedindo a entrada pela porta da frente. Eu pedi a Marshall para deixar de ser bobo "Somos casados agora" eu disse. 

Marshall saiu com raiva para o seu quarto.

B.J passou a nossa noite de casamento no caminhão e eu dentro de casa. A mãe super-protetora tinha agora um filho super-protetor. 

Marshall tinha um temperamento violento. Ele já me empurrou algumas vezes. Ele também ameaçava homens que ele achava que estavam afim de mim. As vezes no transito ele abaixava a janela e gritava insultos a alguns homens motoristas. 

"O que é que você esta olhando? Ela é minha mãe"

O pai dele também era insanamente ciumento, constantemente me acusando de o trair. 

Na época eu ate achava meio irônico o fato de Bruce me trair e depois me acusar de traição. Mas agora Marshall estava exibindo o mesmo comportamento. Nós conversamos na minha noite de casamento. Ele finalmente deixou B.J entrar no dia seguinte. 

B.J era rígido, mas eu não permitia ele educar os meus filhos. Eu me recusava a deixá-lo levantar a voz para Marshall ou Nathan. Para compensar eu enchia ele de carinho. Ele teve um péssimo casamento, e eu queria que ele soubesse que eu me importo com ele. 

Estávamos casados há apenas 3 meses quando B.J começou a agir estranho. Eu convidei os filhos dele para passar o natal com a gente, mas quando nós fomos levá-los para casa ele começou a dirigir como um louco. Eu não tinha certeza do que estava acontecendo mas demorei quase que uma hora para acalmá-lo. Até os filhos dele pediram para ele diminuir a velocidade, mas isso só fazia com que ele acelerasse mais. As crianças estavam morrendo de medo, assim como eu.

Alguns dias depois ele insistiu em dar manutenção no meu carro. Ele ficou lá fora com suas ferramentas  por horas até que ele deixou eu usar o carro. Eu tinha andado meio quilômetro na rua quando uma roda caiu. Ele havia soltado todas as minhas rodas. Era inverno e havia neve no asfalto e eu agradeço a Deus isso ter acontecido em uma rua calma sem movimento. Uma vez eu acordei com uma sombra em cima de mim - B.J estava colocando uma árvore por cima de mim, eu gritei e Marshall veio correndo. 

"Que porra ta acontecendo aqui?"  ele gritou enquanto afastava B.J.

Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas o homem que eu havia casado estava começando a me preocupar. 

Um dia, na parte da tarde, ele entrou em casa feito um maníaco. Ele gritava que ele queria conversar, ele parecia um animal selvagem. Eu tentei correr para a cozinha mas ele me segurou pelo cabelo e começou a bater minha cabeça contra a geladeira, seguido de alguns tapas na cara. Nathan gritava por B.J. Eu implorava para ele parar. Quando ele ouviu Nate ele parou uns instantes o suficiente para eu pegar o telefone e ligar para a policia. 

A polícia achou B.J na caixa de areia junto com Nathan segurando uma pá. Ele estava agindo como uma criança pequena. Depois ele cuspiu na minha cara quando a policia tirou de casa. 

Nathan era muito jovem para entender, mas Marshall estava furioso. Eu queria morrer quando ele me perguntou sobre as marcas em meu rosto. 

B.J foi mantido preso em um hospital psiquiátrico. Ele aparentemente sofreu uma crise nervosa extrema. Os médicos acham que por ele ter sofrido tanto no casamento dele, seu lado consciente não conseguiu administrar o fato dele ter achado alguém que realmente se importava com ele. Ele não conseguia acreditar em uma pessoa tão amável, com uma ótima casa e filhos, poderia amar ele. Não fez muito sentido para mim. Eu tinha medo dele agora. Consegui uma ordem judicial para mantê-lo longe e entrei com o pedido de divórcio. 

O casamento durou exatos 3 meses. Mas B.J não desistiu fácil. Ele ligava tanto que ninguém mais conseguia usar a linha. Uma vez Marshall pegou o telefone e gritou "Covarde, venha aqui para que eu possa te dar uma lição. Eu acabo com você."

Eu estava trabalhando para o departamento de saúde como assistente e era difícil não me apegar aos pacientes. Muitos tinha alguma forma de deficiência física; eles lutavam para descer de seus veículos. Então eu decidi virar motorista de limusine. Eu sabia que os cidadãos mais de idade iriam preferir que eu os levasse aos lugares do que os motoristas que normalmente os levavam. Era o trabalho perfeito.

Nathan andava na frente comigo e logo eu tinha clientes pedindo exclusividade. Eu conversava com homens de negócios nas viagens aos aeroportos e percebi que poderia diminuir a minha competição no mercado.

Era hora de eu trabalhar sozinha. Eu comprei um Cadilac branco 1977 com o interior de veludo cor vinho por $1,600 dólares, minha empresa se chamava "Classic Rides Ltd Transportations Service", e comprei para mim ternos de uniforme. O negocio deu certo. Em um ano eu tinha dois veículos a mais. A maioria das corridas era eu mesmo quem fazia.

Com o tempo eu contratei Don, um adorável senhor, e contratei outro motorista, mas este não deu certo. Eu trabalhava muito com essas corridas, tinha também a papelada, as contas, telefonemas para dar e responder. Eu entrei para a National Association para Mulheres Executivas e muitas outras organizações. Eu estava orgulhosa, tinha finalmente encontrado uma carreira. Mesmo sendo cansativa eu adorava esse emprego. 

Eu finalmente decidi que era hora de ter uma casa própria. Até então nós vivíamos de aluguel. A casa era na Dresden St. n° 19946 do outro lado da 8 Mile em Detroit. Paguei um total de $3.000 dólares eu economizei o máximo que pude para comprar essa casa.

Anos mais tarde Marshall alegou que "um cara" me comprou essa casa. Isso não é verdade. Eu mesmo paguei por aquele imóvel, e Marshall gostava tanto que ele mandou fazer um modelo da casa para ir com ele em turnê. Mesmo com todas as mudanças que fizemos ele sempre disse que a casa em Dresden é a sua casa de infância.


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