Tradução do livro My Son Marshall My Son Eminem. 19º Capítulo


Capítulo 19

Eu não queria processar o meu filho por difamação, eu só queria impedir que minha casa fosse a leilão e resolver os meu problemas financeiros. Gibson disse que eu não precisava me preocupar. Ele disse que processar Marshall por difamação seria uma forma de chamar a atenção dele, e fazê-lo parar de falar mal de mim em público. Eu sentia que estava em um pesadelo e precisava acordar. A ultima coisa que eu queria era deixar o meu filho triste, eu não queria o seu dinheiro. Eu não tinha nem idéia da onde tinham tirado esses 10 milhões de dólares. De acordo com os documentos do processo que Gibson deu entrada no Tribunal de Macomb County Circuit, em Michigan, eu sofri danos a minha reputação, estresse emocional, perda de auto-estima, humilhação, ansiedade devido as declarações de Marshall a Rolling Stone, Source, Rap Pages, e no programa de rádio de Roward Stern. Nos documentos do processo havia apenas uma pequena referencia do fato que minha casa estava indo a leilão. Mas isso tudo era verdade – meu filho estava me destruindo. Gibson enviou um contrato para um acordo para o tribunal em vez em enviar para Marshall. O empresário de Marshall, Paul Rosenberg, respondeu dizendo: “A vida do Eminem reflete em sua música. Tudo o que ele disse é passível de verificação. A mãe dele tem ameaçado processá-lo desde o sucesso de seu primeiro single ‘My Name Is’. É apenas o resultado do longo e conturbado relacionamento dele com sua mãe. Independente disso, ainda é muito doloroso ser processado por sua própria mãe”.

Rosenberg e eu nunca tínhamos nos visto pessoalmente. Só eu sabia que sempre mantive os interesses do meu filho em primeiro lugar e nunca ameacei processá-lo por ‘My Name Is’. Eu estava terrivelmente decepcionada por suas letras, especialmente a parte que ele fala de meus seios. Isso foi horrível porque em seu nascimento eu estava com uma infecção sanguínea e não pude amamentá-lo.  Eu achava a letra boba, ele podia fazer melhor que aquilo. Marshall disse que era tudo uma brincadeira e que ninguém iria levar aquilo a serio.

Marshall e eu fomos aconselhados e não responder em público sobre o processo – tudo teria que ser tratado pelos advogados. Mas uma pessoa da gravadora me telefonou um dia. “Me faça um favor” ele disse. “Continue fazendo o que está fazendo. Nós estamos vendendo muitos álbuns”.
Em outra ocasião Marshall ligou pedindo exatamente o contrario. “Tudo que eu quero para o meu aniversário, para o dia dos pais, para o natal e todos os outros feriados é que você pare com esse processo,” disse Marshall. “Eu te dou 25 mil dólares. Eu vou cuidar de você pelo resto da minha vida”.

Eu fiz tudo que podia para parar com o processo. Minha vida com Marshall estava em jogo. Minha mãe entrou na onda dos processos, quando Marshall pediu ela para usar uma gravação de Ronnie em uma de suas faixas ela também ameaçou processá-lo. Isso eu achei estranho. Ela tinha passado o ultimo ano se gabando para quem quisesse escutar que Eminem era seu neto e que ele havia gravado algo com seu filho Ronnie. Ela até tinha começado a vendar camisas do Eminem dizendo que ela tinha a autorização dele. Mas minha mãe sempre mudava de lado, ora me defendia ora me atacava. A família toda tentou entrar no caso.

Marshall falou sobre minha mãe do Detroit News. “Minha avó esta me barrando. Eu amava Ronnie. Tenho uma tattoo sobre ele no meu braço. Quero fazer um tributo a ele. Deixe o publico decidir por eles mesmo o quanto a minha família é idiota. Minha família nunca me apoiou. Eles esperam coisas de mim porque temos o mesmo sangue”.
Todos que haviam se juntado a família por conta de casamentos, sejam meio-irmãos, meio-primos, ou parentes distantes que nem sabíamos que existiam agora queriam um pedaço de Marshall. Bruce saiu de sua caverna. Ele deu entrevistas dizendo que tentou manter contato quando nosso casamento acabou, mas não tinha idéia de como nos encontrar. Considerando que as tias de Bruce, Edna e Nan, que viveram na mesma casa por quase 50 anos, e sempre foram uma grande presença na vida de Marshall, Bruce não fez muitos esforços. Eu queria gritar dizendo que Marshall tinha escrito cartas a ele, e que ele mandava elas retornarem dizendo que “endereço não estava correto”.  Mas por causa dessa porcaria de processo eu não podia dizer nada.

Me disseram que Bruce junto com seus filhos, Michael e Sarah tentaram ir no backstage para conhecer Marshall. Ele se recusou a vê-los soltando sua fúria no “The Marshall Mathers LP” lançado em maio de 2000. Dizia que seus parentes estavam processando ele, ou brigando por ele, faz referencia a seus meio-irmãos que nunca tentaram entrar em contato com ele até que viram ele na televisão. Mas suas piores palavras foram reservadas para mim. Agora eu era a vadia ciumenta que estava processando ele por cada pílula que ele tinha tomado de mim. Alegando que ele havia começado ele habito de mim, encontrava drogas ate no meu lençol.

Eu tomava remédios prescritos e nunca fiz segredo disso, mas nunca tomei nada ilegal com tudo que passei na minha vida, é claro que eu visitava os médicos algumas vezes para que eles me receitassem algo para os nervos. Fui convidada a responder em minha própria faixa de música com o grupo de rap chamado Identity Unknown ou ID-X. Se eu não podia me defender um púbico sobre o processo eu podia me defender na música. Nós conhecemos no estúdio em Georgia e me deram, literalmente cinco minutos para escrever a carta aberta ao Marshall. Originalmente dói chamado de “Set The Record Straight” mas até terminarem a mixagem optamos por “Dear Marshall”.

Eu comecei o poema dizendo que eu ainda o amava, mas que nós tínhamos nossos problemas, que havia algo de errado entre nós. “Eu estava muito feliz pelo seu sucesso, ainda um pouco decepcionada pela sua traição”. Eu escrevi explicando que havia tentado ser uma mãe e um pai para ele, dava a ele tudo o que ele queria porque ele era perfeito em meus olhos. “Meu amor incondicional criou um jovem mimado e nervoso”, eu escrevi. Eu terminei pedindo para que ele pare com seus ataques, e reveja suas letras. “Será que o verdadeiro Marshall Mathers irá se revelar? E tomar responsabilidade por seus atos”. O CD foi lançado para silenciar a impressa musical. Ficou disponível apenas na internet, e até hoje eu não tenho idéia de quantas cópias venderam. Nathan tocou a faixa para Marshall.


“The Marshall Mathers LP” vendeu mais de 1,7 milhões de cópias na primeira semana, derrubando Britney Spears “Oops! I did it again” do topo das vendas. O primeiro single “The real slim Shady” incomodou muita gente incluindo Christina Aguilera. Ela havia  aborrecido Marshall ao revelar na MTV que ele era casado. Ele respondeu falando sobre ela em  suas letras, dizendo que ele havia contraído uma doença sexual por causa dela e que ela havia dado sexo oral a Fred Durst do Limp Bizkit e  ao apresentador da MTv Carson Daly. Eu sentia pena da Christina, ela só tinha 19 anos e já estava exposta daquele jeito. Mas quando perguntaram se ela iria processá-lo ela respondeu. “Processar pessoas como ele requer que alguém o leve a sério. É obvio no som que ele faz isso para incomodar as pessoas”.

Seguindo a faixa de "The Slim Shady LP" "Bonnie and Clyde" onde Marshall usa a voz de Hailie, havia a faixa "Kim". Ele disse que era uma música de amor, descrevendo seus sentimentos quando ele descobriu que Kim estva traindo ele. Termina com ele a enforcando.

Desnecessário dizer que Marshall e Kim estavam tendo problemas de novo. No dia 3 de junho ele seguiu Kim até uma loja de som para carros onde ele começou a discutir com Douglas Dail, empresário do grupo rival Insane Clown Posse. Não era de meu conhecimento mas Marshall estava usando uma arma para proteção. Dail alega que Marshall apontou a arma para ele.  Horas mais tarde, Marshall pegou Kim beijando seu ex-segurança John Guerra no estacionamento do Warrens Hot Rock Café. Novamente, Marshall fez uso da arma, não estava carregada, mas Guerra alega que Marshall o bateu com a arma duas vezes e ameaçava mata-lo. A policia levou Marshall e Kim sob custódia. Marshall dizia que ele nunca tinha sacado a arma, ela tinha caído de suas calças largas.

Marshall me disse depois que os policiais pediram seu autografo enquanto fichavam ele. Kim foi acusada de perturbação a paz. Marshall foi afiançado na manhã seguinte sendo acusado de porte ilegal de arma e agressão. Mas quando ele saiu da delegacia de policia outro oficial ligou para seu celular. Dail havia feito denuncia sobre o incidente um dia antes.

Eu perguntei para ele porque ele carregava uma arma, ele dizia que precisava porque estava sempre sendo assediado. “Filho onde estão seus seguranças?” eu perguntei. Acabou que o segurança de sua confiança, Byron Williams, mantinha um diário e planejava escrever um livro sobre Marshall. Meu filho ficou devastado. Ele pensava em Williams como um amigo. Ele ficou tão mau que dispensou Williams e o resto dos seguranças.  Eu não acreditava que ele andava em Detroit sem nenhum proteção e que estava carregando uma arma. Ele sabia que eu odiava armas de qualquer tipo. O marido de minha Irma Tanya, Lynard, havia ensinado Marshall a atirar alguns anos atrás.  Ele ficou apaixonado por armas desde então.

Marshall se preocupava com a segurança da sua casa em Sterling Heights, próximo ao trailer park. Era em uma avenida principal com uma grade baixa que todos conseguiam pular. Frequentemente ele achava fãs nadando em sua piscina. Alguém incendiou sua caixa de correio. Ele se preocupava em ir a porta para pegar o jornal.

A casa tinha uma garagem grande, mas somente uma entrada. Fãs bloqueavam essa entrada com os carros. Quando eu fui deixar Nathan lá eles tentaram me persuadir para deixá-los entrar. Era tanta gente que me assustava.
Marshall cobria seu rosto sempre que saia na esperança de não ser reconhecido. Uma semana depois de sua prisão ele estava no palco em Portland, Oregon, quando ele anunciou que as noticias sobre os seus problemas no casamento não eram verdade, que Kim estava no paraíso. Depois ele pegou uma boneca de sexo inflável e ficou fazendo gestos escabrosos com ela, depois jogou ao público, e depois encorajou o povo a bater na boneca da “Kim”.

No dia 7 de julho,enquanto Hailie estava assistindo Tv no andar de baixo com sua prima Alaina, Nathan e a mãe de Kim, Kathy, Kim quebrou a sua foto de casamento e toda a mobília, depois foi ao banheiro e tentou cortar seu pulso. Mas ela cortou de maneira errada e acabou precisando apenas de um curativo. Kathy ligou para a policia.  Aparentemente Kim disse a elas “Tem que haver um lugar melhor do que esse”.

Tudo isso foi acompanhado calorosamente pela mídia. Kim nunca tinha dado entrevistas, mas ela escreveu uma carta ao Detroit Free Press depois de ser presa em Junho dizendo: “Eu não acho que ninguém com a mente sã iria trair o seu marido milionário – especialmente com um Zé ninguém e um barzinho local”
Ninguém que conhece Kim levou sua tentativa de suicídio a sério.  Durante anos ela tem criado dramas. Ela sempre estava se trancando no banheiro, quebrando espelhos, e quebrando tudo em seu caminho. Todos costumam ignorá-la.

Marshall decidiu que era hora de mandar um alerta para ela. Em agosto, depois meses depois de seu primeiro aniversário de casamento, ele entrou com o pedido de divorcio, esperando que isso a chocasse e a acalmasse. Isso funcionou por uns dias. Ela concordou com a reconciliação. Depois, ela entrou com o pedido de divórcio – e deixou claro que era sério. Marshall ficou devastado.

Marshall dizia que sua vida começou a sair dos trilhos no ano 2000. Ele foi traído por seu segurança, enfrentava uma pena de 5 ou mais anos na prisão, eu o estava processando junto com John Guerra, brigava com Kim pela custódia de Hailie e odiava a fama que ele passou anos buscando. Eu concordo que o ano 2000 foi bem pior que em 1999.

Nan tinha agora 88 anos e estava com a saúde bem debilitada. Ela pesava 55 kg e eu sabia que ela estava morrendo. Ela sempre foi uma constante na minha vida e uma mãe para mim. Enquanto sua saúde piorava Nan e eu falávamos sobre o céu. Eu assegurava ela que se existia alguém que merecia ir para lá, essa pessoa era ela. Ela cuidou de mim, Steve e Todd – todos nós. Eu dizia que ela não tinha que se preocupar com a morte, que ela estaria aqui por muito e muito tempo. Infelizmente eu estava errada, Nan viveu apenas 3 meses depois de tudo isso. Eu queria ter estado lá quando ela se foi. Eu estava em Missouri quando eu recebi a ligação. Foi um dos dias mais tristes da minha vida. A morte dela me atingiu muito. Ela tinha nascido em 6 de junho de 1912. Ela odiava tanto 6 em sua data de nascimento. Sempre teve uma vida saudável. Mas não foi fácil perde-la. Ela podia ter vivido muito mais.

Quando ela morreu, a filha dela Joyce, levou suas cinzas para Alabama para uma tribo local onde ela era descendente. Joyce queria que eu pedisse a Marshall para ajudar a construir um memorial para Nan. Nan sempre disse que queria ser enterrada próximo a seu irmão em Michigan. Eu estava furiosa que seus desejos tinham sido traídos e agora todos esperavam que Marshall pagasse por tudo. Nan não teria aprovado isso. Ela nunca tirou nada de ninguém. Ela passou a vida cuidando dos outros e sempre foi muito boa em dar conselhos. Eu me pergunto o que ela achava dos fãs do meu filho, que agora me chamavam de porca e cuspiam em mim.

Eu me acostumei a ser reconhecida. Com o meu nome e cabelos loiros eu não passava muito despercebida. Mas ate então os fãs tinham sido educados, apenas pediam autógrafos e sobre um ou outro detalhe sobre meu filho.
A maioria das pessoas em Missouri vão a igreja, ainda assim os abusos que eu Sofia não era coisa de pessoas cristãs. Um dia, no East Mill shopping em Saint Joe, dois garotos correram em minha direção, puxaram meu cabelo e me bateram. Nathan e eu fomos ao cinema,as crianças que sentaram atrás da gente colaram chiclete no meu cabelo. Qualquer lugar onde eu iria eu era encurralada por adolescentes que gritavam coisas absurdas para mim.

Eu parei de ver programas de Tv sobre meu filho. Era muito triste. Oficialmente, eu tinha me tornado a mãe mais odiada dos Estados Unidos.



Fonte e Agradecimentos á Eminem Forever

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