Tradução do livro My Son Marshall, My Son Eminem. 18º Capítulo



Capítulo 18

É tradição a mãe da noiva derramar algumas lágrimas durante o casamento da filha. Mas quando meu filho Marshall se casou com Kim eu chorei durante os 30 minutos de cerimônia. Foi o dia mais triste da minha vida. 

Eu sei que deveria estar feliz, pelo menos pelo bem de Hailie. Marshall implorou por minha benção. “Mãe eu a amo. Estamos juntos durante todo esse tempo. Temos uma filha juntos. Fique feliz por nós, por favor”, ele dizia. Eu não tive coragem de dizer a ele todas as caras ruins que Kim fazia pelas costas dele depois que me avisaram do casamento.

O pedido de casamento não veio do nada. Afinal de contas eles estão juntos desde que Kim tinha 13 anos e Marshall 15. Ele tinha agora 26 e era um pai devoto, ele me dizia que era decisão ele. Mas até há uns meses atrás ele era um “Zé ninguém” – como Kim constantemente o lembrava. Agora, o cozinheiro e hambúrguer que fazia $5,50 a hora, tinha se tornado Eminem, um astro internacional. Eu me preocupava sobre as intenções de Kim. 

Uns dias mais cedo, Marshall tirou um tempo durante a turnê para ir a Saint Joseph para o casamento de minha irmã Tanya. Hailie tinha 3 anos e meio e seria a dama de honra. Mas ela desistiu no último minuto se recusando a andar até o altar. Depois da cerimônia ela ficou triste por não ter ido. De alguma forma, Marshall sugeriu um novo casamento para agradá-la.

Eles rapidamente entraram na minha casa para me contar isso. Marshall tinha um grande sorriso no rosto. Ele se virou para abraçar Kim. Ela, alguns centímetros mais alta que ele, encostou em seu ombro, olhou em meus olhos, fingiu colocar um dedo em sua garganta, pretendendo vomitar e com cara de nojo. 

Eu tentei ignorar enquanto ele falava: “Não precisamos de um contrato pré-nupcial. Eu não estou me casando com você pelo seu dinheiro, Marshall. Eu te amo”. Era doentio, ela olhou para mim novamente e fez um gesto de vômito com seus dedos. Momentos depois ela estava no telefone com a mãe dela dando ordens para comprar uma casa. Marshall tinha saído com Nate e Hailie e não escutou a ligação. Quando ele voltou ele atendeu todos os desejos dela. Eles saíram para ir ao cartório tirar uma licença para o casamento.

Eu tentei segura-los um pouco. Não havia razão para se casar assim, tão rapidamente. Mas Kim insistiu que eles oficializassem a união ali, naquele momento, aproveitado que eles estavam na cidade que ele tinha nascido. Eles foram para um cartório, há 20 minutos de distancia dali. Já era 16:45 e o cartório fechava as 17:00 horas. Com sorte eles iriam achar as portas traçadas já. Mas eu não queria deixar por conta da sorte. Eu telefonei para o cartório e implorei para que não atendessem os dois.

Marshall e Kim chegaram uma hora depois com sorriso no rosto. Eles tinham chagado as 17:10. Aparentemente o pessoal do cartório ficou até mais tarde, especialmente porque Marshall era uma celebridade.

Olhando para trás agora, eu fico surpresa da noticia desse casamento não ter vazado mais cedo. Afinal de contas Saint Joseph, não é o lar e muitas estrelas. Marshall queria algo pequeno, apenas eu e nosso amigo taxista Bill Hill como testemunha. Eu pedi para pelo menos convidar sem empresário, Paul Rosenberg para o casamento, tinha certeza que Paul iria por um fim naquilo. Mas Marshall se recusou a chamá-lo.

Naquela noite, Kim saiu para uma loja e eu implorei a Marshall para não se casar com ela. Eu não conseguia contar para ele que Kim fazia cara de nojo ao abraçá-lo, mas eu queria que ele soubesse que eu não aprovava a união. Eles terminavam e voltavam no relacionamento por quase 12 anos. Os pais de Kim odiavam Marshall. Eles expulsaram ele várias vezes da casa deles, diziam que ele não era merecedor da filha deles. Agora ele estava desesperado para mostrar o seu valor. Ele não mais lutava para sobreviver, ele tinha fama e dinheiro agora, mais do que ele havia sonhado.  

“Eu vou me casar com Kim”, ele disse. “Ela me ama, temos uma filha juntos. Fique feliz por nós mãe, por favor. Eu quero a sua benção”. O problema é que eu nunca consegui falar não para Marshall quando ele me olha direto nos olhos. Ele sabe que faria tudo para vê-lo feliz. Eu disse a Marshall que eu não tinha o que vestir, sabia que não era a melhor das desculpas. Ele abriu o meu guarda-roupa, e tirou um par. “Que tal esse?” era o mesmo vestido azul que tinha usado no meu casamento com John Briggs um ano antes, eu não tinha a intenção de vestir aquilo novamente. Marshall achou então um terno barato que comprei para o meu trabalho. Ele segurou e disse ter amado. De novo eu protestei, não era uma vestimenta adequada para o casamento. Mas ele disse que estava perfeito. 

Não me recordo muito dos dias seguintes. Sharon Spiegel, a ministra que havia oficializado me casamento com Briggs, o casamento de Tanya, concordou em fazer a cerimônia de Marshall. Eu estava do lado de Marshall, Bill do lado de Kim, Nathan e Hailie com os outros convidados. No dia 15 de junho o céu estava claro e ensolarado. Marshall levou Kim a igreja. Dez minutos depois eu cheguei com Nathan e Hailie. Minha mãe estava lá com Dutch, Tanya e seu marido Lynard, o filho dela Jonathan, a esposa dele e seus dois filhos; minha meia irmã Betti Renee, o marido dela Jack; os três filhos deles, e minhas tias Terri e Martha. Kim havia convidado todos, mas pelo menos a mãe dela, Kathy e seu padrasto, Casey e sua irmã Dawn não estavam lá.

Mal me recordo da cerimônia de tão triste que estava. Não me lembro do sermão, me foquei na roupa de Sharon.  Ela vestia uma roupa preta e um suéter. Kim vestiu uma micro mini saia preta e um top apertado branco. De acordo com as pessoas que estavam na igreja, ela não aparentava estar usando calcinha. 

Depois que Marshall disse “Eu aceito” ele segurou Hailie nos braços e a manteve assim pelo resto da cerimônia. Desnecessário dizer que Kim não prometeu obedecer a Marshall. As lágrimas que arriscaram a sair no começo estavam agora como uma cachoeira. Não conseguia controlar o meu choro. Minhas pernas pareciam gelatina; mal conseguia ficar de pé. Eu olhei para Marshall e sabia que havia perdido o meu filho. 

Não teve uma recepção. Nós saímos para beber no mesmo bar que Tanya e Lynard convidaram a gente depois do casamento deles. Todos, exceto eu, estavam bebendo. O dono do bar fechou o estabelecimento para  o público para que pudéssemos ter o espaço reservado. Ele também estava tocando algumas das músicas do meu filho. Eu dancei com Marshall depois levei Hailie para casa. Eu não podia mais ficar ali. 

Depois do casamento Marshall comprou seu primeiro imóvel. Ele disse a imprensa que o trailer park perto do local lembrava ele de suas origens. Mais tarde ele me falou que tinha sido mal interpretado, que não fazia ideia que havia trailers próximo ao local e sua casa. Ele também prometeu deixar a casa em Casco Township toda quitada – depois do desentendimento da falta de pagamento durante a sua turnê. Mas ainda assim, eu pedi ao meu irmão Todd para checar as contas depois que eles se mudaram. Havia uma nota de evicção próximo a porta e uma pilha de contas a serem pagas. A grama também estava alta, Todd teve que cortá-la. Policiais foram chamados pelos vizinhos achando que Todd era um intruso, tentando saber se o famoso Eminem, morava ali. Todd tentou protegê-lo dizendo que achava que uns amigos dele estavam na casa enquanto ele viajava em turnê.  

Eu liguei para Kim para saber o que estava acontecendo. “Nós não queremos a porcaria do seu trailer!” ela disse. Suas palavras me cortaram como uma faca. Não era um trailer: era uma casa grande com suíte, dois quartos. Kim tinha jogado fora todos os meu pertences junto com uns desenhos de Marshall e fitas demo dele. Ele jogou fora até uns vídeos dela com Marshall. Eu pedi para Todd pegar tudo o que ele conseguia. Entrei no carro e dirigi até Michigan. A nota d despejo e as outras contas estavam tudo em meu nome. Eu precisava de um advogado para resolver tudo e impedir o despejo. 

Fred Gibson tinha um grande anúncio nas páginas amarelas, então eu liguei, disse quem eu era e que precisava de ajuda. Ele pediu para que eu fosse a seu escritório em Sterling Height levando todos os documentos. Ele estava calmo e me assegurou que iria resolver o assunto.

Eu cheguei ao escritório de Gibson algumas horas depois. Era um prédio alto e eu fiquei impressionada que ele parecia ser dono de todo um andar. Eu contei a ele sobre as notas de evicção e os problemas que Kim causou. Ele me perguntou sobre Marshall, eu disse a ele sobre a horrível referencia que meu filho fez de mim a Rolling Stone. Gibson não sabia de Eminem a principio, estávamos só conversando. Ele era muito simpático, um rosto de bebê e um olhar de garoto. Ele parecia legal, me disse que iria resolver o problema do imóvel e limpar meu nome na praça.  

Ele pediu que eu levasse uma cópia da revista para que ele pudesse pesquisar e ter as datas certinhas. Depois eu dirigi até a casa para encontrar com o leiloeiro, ele estava avaliando o local, coletando as fitas, escovas de cabelo, e pastas de dente. Ele queria saber se eram de Marshall. Ele não disse Marshall é claro, era o Eminem quem ele estava interessado. Ele achava que aquilo tinha valor e poderia ser leiloado. Depois Kim tentou protelar o leilão. Mas foi marcado para  o meio da semana quando poucas pessoas estavam presentes. Kim exigiu que eu parasse a venda da casa e passasse para ela. Tentei dizer que tinha de pagar o banco e não sobraria muito. Imediatamente ela ligou para Marshall dizendo que eu estava vendendo o local e planejava pedir ele para assinar uma parede para o novo comprador. Mais uma vez ela estava me dando problemas.

Pela primeira vez a minha ficha caiu: Marshall realmente era famoso. 
Algumas semanas depois eu fui ao escritório de Gibson levando as revistas. Eu tinha que retornar a Saint Joseph então ele me fez assina alguns papeis. Preenchi o normal, nome, endereço, data de nascimento, CPF. Depois assinei o documento, apertei as mãos dele e sai. 

De vez em quando Gibson me passava um fax informando que estava tudo bem. Eu ligava para ele e ele dizia: “eu sou o advogado, me deixe fazer o meu trabalho”.
No dia 17 de setembro, Marshall ligou para mim aos gritos. Ele dizia: “Você esta tentando tirar a comida da boca da minha filha!!”. Eu pedi para que ele se acamasse. Nunca o tinha visto com tanta raiva. O que eu estava pensando, ele exigia saber. Por que eu o estava processando por 10 milhões de dólares? Eu não tinha ideia do que ele estava falando. Depois Nathan gritou para que eu ligasse a televisão. Estava em todos os noticiários: eu estava processando Marshall por difamação e danos morais. Eu estava em choque – senti que o minha vida estava ficando fora de controle. 

Fonte e Créditos á Eminem Forever

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